Manaus (AM) — Um homem, 40, acusado de se apropriar indevidamente dos bens do próprio pai, um idoso de 67 anos foi preso em Manaus pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa Idosa (DECCI). Ele teria vendido cinco imóveis sem autorização, causando um prejuízo estimado em R$ 7 milhões à vítima.
O caso foi apresentado pela PC-AM em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (07/02). Segundo a delegada Andrea Nascimento, o idoso procurou a polícia em dezembro de 2024 para denunciar o próprio filho por fraude patrimonial. Na ocasião, foi relatado que o crime foi descoberto quando o homem retornou ao Brasil para ajudar o filho, que enfrentava uma dívida de pensão alimentícia.
“Na cidade, o idoso pretendia ficar em um de seus imóveis, mas foi surpreendido por um inquilino que informou que o imóvel havia sido vendido sem aviso. Ao investigar, ele descobriu que todos os cinco imóveis que adquiriu ao longo da vida haviam sido vendidos pelo filho, sem que ele recebesse os valores reais das transações”, explicou a delegada.
Andrea esclareceu que a apuração apontou que o idoso havia deixado procurações para que o filho administrasse os imóveis enquanto morava nos Estados Unidos. Os aluguéis desses imóveis rendiam cerca de R$ 20 mil mensais e parte desse valor, aproximadamente R$ 5.7 mil, era repassada ao filho como pagamento pelo serviço de administração.
“Ele não desconfiou de nada porque os depósitos continuavam sendo feitos mensalmente. No entanto, descobrimos que esses valores já não vinham mais dos aluguéis, mas da venda dos imóveis, realizada sem o consentimento do pai”, destacou Andrea Nascimento.
A delegada concluiu informando que as investigações apontaram que a esposa do suspeito também participava do esquema, tendo recebido transferências dos compradores dos imóveis. E, diante da situação, a vítima revogou todas as procurações concedidas ao filho e tomou medidas legais para reaver seus bens.
O homem responderá por apropriação de bens da pessoa idosa e estelionato. Ele passará por audiência de custódia, ficando à disposição do Poder Judiciário.