Manaus (AM) – O agravamento da estiagem no Amazonas pode levar a uma abstenção recorde nas eleições deste ano, segundo fontes ligadas à cúpula do governo estadual. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) monitora a situação e atua para reduzir danos.
As autoridades locais cogitam, por exemplo, pedir reforço do Ministério da Defesa na disponibilização de helicópteros, mudar seções eleitorais de lugar e antecipar o calendário de ações operacionais.
Nesta última semana, o TRE começou o transporte de urnas para o interior do estado — os equipamentos estão sendo transportados até os chamados “polos”, municípios onde serão carregados e lacrados, para posterior remessa aos efetivos locais de votação.
As eleições no Amazonas sempre ocorrem no período de seca, mas o cenário de 2024 promete ser pior. O governo já trabalha com a hipótese de que, em 30 dias, todo o Estado esteja em situação de emergência – o que coincide com as vésperas do primeiro turno.
Em 2022, a abstenção no Amazonas foi de 33% – bem acima da média nacional, que ficou em 20%. A preocupação é de que esse índice aumente consideravelmente, diante das dificuldades de locomoção pela via fluvial.
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, visitou a região no fim de julho e foi comunicada pelas autoridades locais sobre os desafios para a realização do pleito.
Os dados apresentados à ministra apontam para mais de cem locais de votação já atingidos pelo recuo dos rios da bacia amazônica, com impacto para aproximadamente 43 mil eleitores em 194 seções de votação, especialmente na zona rural.
Durante a agenda em Manaus, Cármen disse que não vai medir esforços para que todos os eleitores do estado do Amazonas possam exercer plenamente sua cidadania, sem contratempos.
Fonte: CNN