Manaus (AM) — Nos seis primeiros meses deste ano, o Amazonas registrou a apreensão de 10 toneladas de drogas, o que representa um crescimento de 40,8% em relação ao primeiro semestre de 2023. A quantidade apreendida representou, no período, um prejuízo de R$ 392 milhões ao narcotráfico, segundo balanço divulgado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) nesta terça-feira (30/7).
Na avaliação do delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Bruno Fraga, os números registrados são positivos e refletem a intensificação das ações da Polícia Civil no combate ao tráfico de drogas. Ele enfatizou, ainda, que além do volume de entorpecentes apreendido, entre janeiro e junho deste ano, também foram retiradas de circulação 550 armas de fogo, mais de quatro mil pessoas foram presas e concluídos 10 mil inquéritos.
“A grande quantidade de drogas apreendidas evidencia o comprometimento e a eficácia das forças policiais no combate ao tráfico de drogas. O Governo do Estado tem dado todo o suporte à Polícia Civil com investimentos significativos, visando fortalecer a segurança pública e combater firmemente o crime organizado”, salientou o delegado-geral.
Fraga afirmou que tais investimentos incluem a aquisição de novos equipamentos, viaturas e tecnologias avançadas para apoiar as operações, bem como novos policiais que foram empossados e já estão atuando no fortalecimento da segurança pública. “Além disso, há um foco contínuo na capacitação e treinamento dos agentes, garantindo a preparação deles para enfrentar os desafios complexos do combate ao crime”, salientou.
O delegado-geral adjunto, Guilherme Torres, reforçou que o combate às organizações criminosas é uma prioridade, e que as ações da Polícia Civil e das Forças de Segurança do Amazonas demonstram um compromisso de proteger a sociedade e manter a ordem pública.
Ele relata que a maioria das drogas apreendidas vem da região da Tríplice Fronteira (Brasil, Peru e Colômbia) e que há três grandes rotas do tráfico: a de Tabatinga, a de Japurá e a do Rio Negro. Torres ressalta que o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e o Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) têm feito grandes apreensões na região do Japurá, em razão da estratégia da Polícia Civil de se antecipar às ações dos criminosos.
“Essas apreensões ao longo desse rio retiram a possibilidade de escoamento dessas drogas para as bocas de fumo, por exemplo, e também dos armamentos que alimentam as organizações criminosas. Isso reflete diretamente na diminuição dos homicídios na capital, onde temos batido recordes de redução”, comentou.
Atuação
Conforme o delegado Rodrigo Torres, diretor do Denarc, as equipes do departamento deflagraram pelo menos quatro grandes operações neste semestre, entre elas a Operação Galpão, que resultou na apreensão de 1,5 tonelada de drogas no bairro Flores, zona centro-sul da capital, além de quatro fuzis calibre 7.62 de uso exclusivo das Forças Armadas.
“Em decorrência dessa ação, outras operações foram desencadeadas, desarticulando um ‘braço’ de uma organização criminosa, o que resultou na apreensão de aproximadamente R$ 4 milhões em espécie e bens apreendidos”, detalhou Rodrigo Torres.
A autoridade policial enfatizou que as equipes do Denarc atuam diuturnamente, buscando combater de forma preventiva e repressiva o tráfico de drogas e as organizações criminosas que atuam no Estado.
“Também contamos com a colaboração da população por meio de denúncias, que com certeza serão investigadas com seriedade, visando sempre trazer bem-estar e segurança para a população do Amazonas”, afirmou.
De acordo com o delegado Mário Paulo, diretor do DRCO, neste ano o departamento deflagrou grandes operações, entre elas a Operação Jomini, em fevereiro, na qual foram apreendidas 2,8 toneladas de drogas, armamentos, uma lancha e uma picape S10, além da prisão de um trio.
Também em fevereiro, os policiais do DRCO deflagraram a Operação Déjà vu, que apreendeu cerca de uma tonelada de drogas no rio Solimões, nas proximidades de Coari (a 363 quilômetros de Manaus).
De janeiro a junho, o departamento apreendeu 21 armas de fogo, entre elas fuzis calibres 5.56 e 7.62, milhares de munições, embarcações e veículos.
“Uma das formas de enfraquecer a atuação dessas facções criminosas é impedir que elas tenham acesso a esses carregamentos de drogas. Quando cortamos o fluxo dos entorpecentes que vêm da região de fronteira para a capital, impedimos que eles tenham acesso a dinheiro e armas. Buscamos cortar esse fluxo financeiro e bélico dessas organizações criminosas”, salientou Mário Paulo.