Amazonas terá 2 novas vagas na Câmara e mais 6 na Aleam a partir de 2027

Projeto que eleva número de cadeiras na Câmara de 513 para 531 foi aprovado na noite de terça-feira e agora segue para o Senado
Foto: Reprodução

Manaus (AM) – Com a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei complementar que amplia o número de cadeiras na Casa de 513 para 531, na noite de terça-feira (6/5), o Amazonas passará a ter dez deputados federais e 30 na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) a partir da legislatura de 2027. 

A medida é em resposta ao crescimento populacional identificado pelo Censo de 2022.

A proposta, que agora segue para o Senado, é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), com relatoria de Damião Feliciano (União-PB). O texto revoga a Lei Complementar 78/93 e evita que estados percam cadeiras, como previa decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), optando por aumentar o total de deputados em vez de apenas redistribuí-los.

Além do Amazonas, outros oito estados terão aumento na representação: Pará (+4 vagas), Santa Catarina (+4), Ceará (+1), Goiás (+1), Minas Gerais (+1), Paraná (+1), Mato Grosso (+2) e Rio Grande do Norte (+2). A mudança é uma resposta à pressão do STF, que determinou que o Congresso atualizasse a distribuição de cadeiras de acordo com os dados do último censo até o fim de junho de 2024, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assumir essa tarefa.

Com o acréscimo de dois deputados federais, o Amazonas fortalece a presença política no Congresso Nacional e amplia o poder de articulação na destinação de emendas parlamentares, um dos principais instrumentos para obtenção de recursos federais. A bancada do Norte será a que mais crescerá proporcionalmente: de 65 para 71 deputados, passando a representar 13,37% da Câmara.

Além da Câmara, a ampliação terá reflexo direto nas Assembleias Legislativas, uma vez que o número de deputados estaduais é proporcional à bancada federal. 

Com o Amazonas passando de oito para dez deputados federais, a Aleam poderá ter até 30 deputados estaduais, três vezes esse número, como prevê a Constituição Federal.

O impacto orçamentário estimado é de R$ 64,8 milhões por ano, que deve ser absorvido pelas previsões do orçamento de 2027. Também serão ajustadas as emendas parlamentares, que crescerão proporcionalmente com o aumento de cadeiras.

Durante o debate, parlamentares favoráveis destacaram a necessidade de corrigir distorções históricas e evitar a perda de representatividade de estados em crescimento. Já a oposição criticou o aumento de gastos públicos e defendeu uma readequação dentro das 513 cadeiras existentes.

O projeto ainda define que nenhuma mudança será feita até o próximo censo oficial, previsto para 2030. A legislação aprovada também permite que partidos ou estados questionem os dados do censo no Tribunal de Contas da União, desde que não utilizem estimativas ou pesquisas amostrais.

Com a aprovação na Câmara, o Senado será o responsável por dar a palavra final sobre o novo modelo de representação política do país.

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