Search
Close this search box.

Amazonenses eram escravizadas em casa de prostituição e tinham que “bater metas”

As mulheres foram resgatadas em Roraima onde eram obrigadas a fazer programas diariamente
Foto: Reprodução

Boa Vista (RR) – Entre as mulheres que trabalhavam na casa de prostituição clandestina, em Boa Vista, haviam amazonenses, que foram resgatadas pela polícia após denúncias de trabalho escravo de prostituição. De acordo com as denúncias as mulheres eram escravizadas e obrigadas a bater “metas” de programas sexuais todos os dias.

O proprietário da casa de prostituição, um venezuelano identificado como J.R.L.L., de 43 anos foi preso no bairro Asa Branca pela Polícia Civil de Roraima (PCRR). O homem foi denunciado por manter a casa de prostituição e induzir menores à prática.

O local, e o proprietário, já estavam sendo investigados pela Polícia Civil há algum tempo e as informações são que a gerente do espaço, de apenas 24 anos, era a responsável por aliciar as mulheres no Amazonas e, em seguida, elas eram levadas para Roraima com a falsa promessa de trabalho. Quando as vítimas chegavam em Boa Vista tinham os documentos retidos, e eram obrigadas a se prostituir.

A jovem chegou a ser presa no fim do mês de agosto após o Conselho Tutelar resgatar uma adolescente, de 16 anos, se prostituindo no local. A irmã dessa menor, uma jovem de 21 anos, também foi presa junto com a gerente, por ajudar na exploração de sexual.

De acordo com a polícia as mulheres, que estavam na casa de prostituição, eram obrigadas a trabalhar sem descanso, fazendo programas e tinham que cumprir as metas de programas sexuais estipuladas por eles, além de pagar pela própria alimentação e estadia, cerca de 80 reais pela diária.

As prisões em flagrante das duas mulheres foram convertidas em prisão preventiva. E o dono do local passou por audiência de custódia.

Rede de prostituição é investigada

Em Março deste ano (2023), a Polícia Federal descobriu que aliciadores atraem mulheres pelas redes sociais para levá-las à prostituição em garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami. A polícia chegou a essa conclusão após uma adolescente de 15 anos ser resgatada em uma fiscalização contra invasores. Enganada, a vítima contou ao Conselho Tutelar que era obrigada a fazer até 16 programas por noite.

Com promessa de ganhar até R$ 5.800 por mês, em dinheiro ou ouro, a menina aceitou uma proposta recebida pelas redes sociais para trabalhar como cozinheira no garimpo, mas, ao chegar na região, foi obrigada a se prostituir.

Após mais de 20 dias e passagem por vários cabarés, ela conseguiu sair em um barco, abordado pela PF e Ibama no rio Mucajaí, ainda no mês de Março.

As investigações da PF seguiram para tentar identificar as pessoas que fazem parte da organização criminosa envolvida na cooptação de mulheres e adolescentes para se prostituírem nas áreas de garimpo de Roraima.
A rede de prostituição, de acordo com o delegado da PF Marco Bontempo, é uma das cadeias financeiras que mantém a atividade ilegal, assim como o tráfico de drogas e de armas. “É uma das logísticas que nos devemos também combater, que é o que também sustenta o garimpo nessas regiões indígenas”, pontua.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *