Manaus (AM) – Após ser tida como suspeita de participação na morte da grávida Débora da Silva Alves, de 18 anos, ocorrida no final de julho, Ana Julia Ribeiro, esposa de Gil Romero Machado Batista, resolveu quebrar o silêncio nessa sexta feira (11), e deu uma declaração à imprensa, acompanhada de seu advogado Wilson Benayon Filho.
Ana Júlia Ribeiro estava bastante nervosa e disse que se sentia angustiada com toda essa situação porque em seus 14 anos de casamento com Gil Romero, 41 ano, nunca viu nele um homem violento e desconhecia qualquer relacionamento extra conjugal. A moça disse que sua vida se transformou em um inferno desde a prisão do marido porque as pessoas passaram a desconfiar dela por isso ela preferiu se manter escondida, mas negou qualquer envolvimento no crime, afirmando desconhecimento sobre a traição, que gerou a gravidez de Débora. “Gil nunca foi um homem agressivo em casa. Ele nunca demonstrou qualquer tendência para a violência”, afirmou Ana Julia, enquanto ressaltava sua surpresa ao saber das acusações contra o marido.
Na coletiva ela disse que no domingo o irmão de Débora foi até o bar de Romero questioná-lo onde estava a moça, uma vez que ela saiu de casa para encontrá-lo no dia anterior (sábado). Ela disse que ficou surpresa e também indagou Gil, uma vez que ela não tinha conhecimento do caso dele com a moça e nem que ele seria o pai do filho que ela esperava, o marido apenas respondeu que não sabia de nada mas depois que o rapaz foi embora ele ficou nervoso e no outro dia resolveu fugir, avisando a ela que ia dar um tempo porque havia feito besteira. A partir daí ela não teve mais notícias do marido e passou a se preocupar, acreditando que ele poderia estar morto então passou a procurá-lo.
De acordo com o advogado de Ana Júlia, na quarta feira, quando teve conhecimento do mandado de prisão da cliente, entrou em contato com o Delegado Ricardo Cunha e marcou a apresentação da cliente na manhã de quinta feira (10), quando ela foi ouvida em depoimento e esclareceu os fatos. Ele disse que após os esclarecimentos a Polícia Civil do Amazonas comunicou oficialmente que Ana Julia não é mais considerada uma suspeita no caso.
O delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), declarou na coletiva de imprensa de ontem , quinta feira, que as investigações não encontraram evidências que ligassem Ana Julia ao assassinato de Débora. O delegado destacou que a jovem estava alheia aos acontecimentos até a repercussão do caso na mídia.
“Não temos provas que indiquem a participação de Ana Julia no crime. Ela não tinha conhecimento do que estava acontecendo até que o caso fosse amplamente divulgado”, afirmou Cunha. A polícia ainda divulgou que Gil Romero Machado Batista alegou que sua esposa não teve nenhum envolvimento na ação criminosa e que apenas a informou sobre a confusão em que ele havia se envolvido.
Quanto à investigação sobre o feminicídio, o delegado enfatizou que, no momento, não há indícios significativos de participação direta de Ana Julia. A polícia também revelou que está ciente da existência de uma terceira pessoa, identificada apenas como ‘Nóia’, que teria informações relevantes sobre o caso.
