Manaus (AM) – Um homem identificado como Carlos Henrique fez graves acusações contra policiais militares do Amazonas em um vídeo que circulou nas redes sociais na tarde de domingo, 3 de novembro. Ele afirmou que era um grande distribuidor de drogas no estado e acusou várias figuras da Polícia Militar do Amazonas, incluindo o sargento Salazar, o vereador mais votado de Manaus, Sargento Henrique Santiago, o sargento Camurça da Rocam, o deputado federal Capitão Alberto Neto e o Secretário de Segurança Pública, Coronel Vinícius, de participação em uma suposta milícia que atua na região.
Horas após a gravação, Carlos Henrique foi encontrado morto, com sinais de tortura e queimaduras, levantando suspeitas de que o caso possa se tratar de uma queima de arquivo. Seu corpo foi encontrado no Ramal do Seringal, no KM 7 da BR-174, com 19 tiros, principalmente na região da cabeça.
No vídeo, Carlos Henrique exibe documentos que, segundo ele, foram fornecidos pelos policiais acusados como uma espécie de “permissão” para suas atividades. Ele afirma que esses documentos dariam a ele autorização para entrar em contato com os supostos envolvidos.
A Polícia Civil do Amazonas já iniciou as investigações para esclarecer os detalhes do crime. A autoridade está procurando entender a complexidade do caso, que revela conexões preocupantes entre crime organizado e forças de segurança pública.
Ainda não se sabe se Carlos Henrique foi coagido a fazer as declarações ou se elas possuem um fundo de verdade. No entanto, dada a gravidade das acusações, espera-se que o vídeo passe por perícia e que as autoridades investiguem os fatos para esclarecer o caso.
Em nota, a Secretaria de Segurança Publica do Amazonas (SSP-AM) nega a veracidade de acusações feitas em um vídeo que circula em aplicativos de mensagens, sobre a existência de suposta milícia formada por policiais militares e membros da cúpula da Segurança do Estado. A origem do vídeo e as condições em que ele foi gravado vão ser investigadas, assim como a identidade da pessoa que aparece na gravação fazendo as acusações.
A SSP-AM ressalta que as forças de Segurança têm realizado um forte trabalho de repressão ao tráfico de drogas e ao crime organizado, que já gerou recordes de apreensões de entorpecentes nos últimos anos, além de prejuízos e enfraquecimento de organizações criminosas no estado. De Janeiro a setembro deste ano já foram apreendidas 37.374 toneladas de drogas, superando todas as apreensões feitas em 2023.
De acordo com dados do Ministério da Justiça, o Amazonas lidera o ranking de apreensões de entorpecente na região Norte, onde as mais de 31 toneladas apreendidas durante o primeiro quadrimestre, representa 67% de toda a droga apreendida na região.
Com o trabalho também já é possível observar redução nos índices de criminalidade. O Amazonas fechou o primeiro semestre de 2024 com uma redução de 15,5% no número de crimes de homicídios, enquanto o número geral do país ficou com uma média de 5,5%. Na capital, a redução foi ainda maior, com queda de 23,7%.
Veja vídeo: