Islamabad (PK) – Pelo menos cinco pessoas, entre elas três crianças, morreram nesta quarta-feira (21) após um homem-bomba atacar um ônibus escolar do Exército na província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão. O veículo transportava cerca de 40 estudantes a caminho de uma escola administrada pelas Forças Armadas, segundo autoridades locais.
De acordo com Yasir Iqbal, administrador do distrito de Khuzdar, onde ocorreu o atentado, várias crianças também ficaram feridas. Imagens transmitidas pela televisão local mostraram três meninas do ensino fundamental e médio entre as vítimas fatais.
O Exército do Paquistão e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif condenaram o ataque, atribuindo sua autoria a supostos “representantes do terror indiano”, embora nenhuma evidência concreta tenha sido apresentada até o momento.
“Os planejadores, cúmplices e executores desse covarde ataque patrocinado pela Índia serão perseguidos e levados à Justiça”, afirmou a unidade de comunicação das Forças Armadas em nota oficial.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Índia negou qualquer envolvimento e classificou as acusações paquistanesas como infundadas.
“Tornou-se habitual para o Paquistão culpar a Índia por todos os seus problemas internos, numa tentativa de desviar a atenção de seu próprio histórico como epicentro global do terrorismo”, declarou o porta-voz Randhir Jaiswal.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo atentado. O episódio trouxe à memória o ataque militante mais letal da história recente do país: o massacre de 2014 em uma escola militar em Peshawar, que matou mais de 130 crianças.
As tensões entre os dois países vizinhos, ambos com armas nucleares, seguem elevadas mesmo após o recente acordo de cessar-fogo firmado em 10 de maio. Especialistas alertam que a trégua permanece frágil, diante das recorrentes acusações mútuas de apoio a militantes e da memória ainda viva de confrontos armados, como a troca de mísseis após um atentado contra turistas na região disputada da Caxemira.