Manaus (AM) – Em fevereiro, o Ateliê 23 abre a programação de espetáculos com sessões de “Sebastião” e “Cabaré Chinelo”, no Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro). Os ingressos já estão à venda por R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), no perfil da companhia amazonense no Instagram (@atelie23) e no site shopingressos.com.br.
“Sebastião” volta aos palcos para apresentações nos dias 6, 7, 8 e 14 de fevereiro enquanto “Cabaré Chinelo” ocupa o espaço cultural nos dias 20, 21, 27 e 28. Todas as sessões iniciam às 20h.
As duas obras do Ateliê 23 têm a música como fio condutor de todo trabalho. Segundo o diretor musical Eric Lima, a trilha sonora se tornou ponto alto dos espetáculos do grupo e percebida pelo público como um narrador dentro das histórias.
“A música virou a maior potência de ‘Sebastião’, ela consegue fazer com que a pessoa sinta todos os sentimentos. Conseguimos acessar esse lugar de vulnerabilidade muito forte na composição das músicas da peça”, afirma Eric Lima, que interpreta Little Drag na montagem e divide a direção musical com Guilherme Bonates e Taciano Soares.
Nos streamings de áudio, o público tem disponível “Baby Gay” e “Sou Todo Amor”. Para Eric Lima, o Ateliê 23 tem dado passos importantes dentro da linguagem da música, além das artes cênicas e do audiovisual.
“Com ‘Baby Gay’, foram registradas 3.405 reproduções, 790 ouvintes e 44 playlists, chegou a 1.777 reproduções na primeira semana. Isso significa que as pessoas estão querendo ver e ouvir o que estamos produzindo”, comenta o artista.
Produção musical
Eric Lima destaca a qualidade técnica da banda que compõe o elenco de “Sebastião”, formada por Guilherme Bonates, responsável pela produção musical, mixagem e masterização; Luana Aranha no baixo, Mady na guitarra, Bruno Rodriguez no teclado e todos assinam os arranjos das músicas. Conforme o compositor, a produção musical começou com a improvisação coletiva, a música veio antes do texto e passou a conduzir os sentimentos em cena.
“Passávamos muito tempo improvisando, três horas de ensaio direto, sem parar, improvisando canto ao mesmo tempo em que os atores estavam trabalhando a cena. Em cima das gravações, comecei a compor as letras, as histórias guiavam as composições das letras, mas as melodias foram criadas pela banda coletivamente, nos ensaios, com milhões de horas de música”, lembra o diretor musical.
No elenco, além de Eric Lima e Taciano Soares, estão Francis Madson, Andiy, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda. Eles dão vida a sete drag queens, Little Drag, Carmencita, Chica, Angel, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane, que trazem memórias da década de 70, direto do Bar Patrícia, o primeiro reduto gay em Manaus, localizado na Avenida Constantino Nery.
A obra é inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, tem experiências dos atores como homens gays e temas como homofobia entre outros diferentes tipos de violência vividos pela comunidade LGBTQIAPN+.
O estudante Magno Solarte pontua que acompanha o Ateliê 23 desde que o irmão dele o levou para assistir “Cabaré Chinelo”.
“Foi um impacto muito grande, uma peça com muito potencial, com uma história importante, com interação, fiquei impressionado porque eles fazem com que a gente entre junto na história”, justifica o estudante.
“Já por ‘Sebastião’, me interessei por ser uma peça LGBTQIAPN+, uma pauta muito importante, trazem a história do Bar Patrícia e como esse público é tratado, como sofremos, não só na rua, que é o mais comum, onde se tem medo de demonstrar quem você é, mas também em na pressão de casa, porque tem casos que a família não aceita”, completa Magno Solarte.
“Sebastião” é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, através do Programa Rumos, do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Ministério da Cultura, via Fundação Nacional de Artes (Funarte).