O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (25) que vai concorrer à reeleição ao cargo em 2024.
Biden, de 80 anos, lançou oficialmente sua campanha para o segundo mandato. Ele concorrerá ao lado da atual vice-presidente, Kamala Harris. A candidatura dos dois foi oficialmente protocolada também nesta terça.
Nele, Biden pede aos eleitores mais tempo para “terminar o trabalho” que começou e faz uma ofensiva aos republicanos, a quem acusa de “tentar cortar liberdades” como a Previdência Social, o direito ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O presidente norte-americano não mencionou o fato de ele ser um dos presidentes mais velhos da história do país – uma pesquisa desta semana mostrou que essa é uma das principais preocupações de eleitores com sua candidatura.
Caso reeleito, Biden terá 86 anos ao final do segundo mandato.
No anúncio oficial, o líder dos EUA disse ainda estar travando uma batalha pelo resgate da alma de seu país, um discurso que ele fez na primeira campanha, em 2020.
“Eu disse que estamos em uma batalha pela alma dos Estados Unidos, e ainda estamos nessa luta”, disse, no vídeo. “Mas, em todo o país, extremistas do Maga (Make America Great Again, em referência ao slogan lançado por Donald Trump em sua campanha em 2016) estão tentando cortar essas liberdades. Cortando a Previdência Social pela qual você pagou toda a sua vida, enquanto reduzem impostos dos mais ricos; ditando as decisões que as mulheres podem tomar sobre sua própria saúde; proibindo livros e dizendo às pessoas quem elas podem amar”.
Democratas divididos
A campanha de Biden à reeleição está dividindo os democratas do país. Cerca de metade deles é contra a reeleição, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada esta semana. Nela, 44% dos entrevistados democratas disseram que Biden não deveria concorrer a um segundo mandato.
Desde que assumiu o cargo em janeiro de 2021, Biden tem sido perseguido por uma inflação alta e baixos índices de aprovação. Apenas 41% dos entrevistados – incluindo 74% dos democratas e 10% dos republicanos – aprovaram seu desempenho como presidente.
Sua campanha de reeleição enfrenta o desafio de despertar entusiasmo entre os democratas para garantir que votem em novembro de 2024.
No entanto, poucas coisas unificaram os eleitores democratas como a perspectiva de Donald Trump voltar ao poder. Biden pode concorrer novamente com o ex-presidente Donald Trump, que já anunciou que vai se candidatar – mas Trump precisa passar pelas primárias do seu partido, o Republicano.
Joe Biden e Kamala Harris
Joe Biden tem vida pública desde 1969, quando iniciou a carreira política como vereador de um condado do estado do Delaware. Três anos depois, em 1972, aos 29 anos, ele venceu eleições para o Senado do país pela primeira vez e se tornou uma das pessoas mais jovens a ocupar o cargo de senador nos EUA. O presidente era Richard Nixon, e o país ainda estava a três anos de sair da Guerra do Vietnã.
Depois disso, Biden se reelegeu outras cinco vezes, até assumir o cargo de vice-presidente na chapa de Barack Obama, em 2008. Ele teve cargos como deputado eleito entre 1969 e 2017.
Oficialmente, sua vida como um político de projeção nacional começou em um hospital, mas por um motivo trágico. Em 1972, Biden já tinha sido eleito senador, mas ainda não havia tomado posse quando sua mulher se envolveu em um acidente de carro em Delaware. Os filhos do casal estavam no carro. Biden perdeu a esposa e a filha mais nova, de 18 meses.
Kamala Harris chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca e liderou algumas das pesquisas internas do Partido Democrata antes da eleição de 2020. No entanto, foi perdendo apoio até deixar de vez a corrida presidencial e entrar na chapa como vice.
Formada em direito e ex-procuradora do distrito de San Francisco e do estado da Califórnia, Harris ganhou projeção nacional ao questionar duramente, em sabatinas no Senado, indicados por Trump para cargos de juiz da Suprema Corte e de Secretário de Justiça.
Harris nasceu numa família de imigrantes: a mãe dela é indiana, e o pai, jamaicano. Os dois tiveram vidas marcadas pela narrativa do “sonho americano”. A mãe, que morreu em 2009, se tornou uma notável pesquisadora de câncer e ativista de direitos civis. O pai, hoje com 82 anos, foi professor de economia.
Fonte: g1