Rio de Janeiro (RJ) — A 100 dias da abertura da Paralimpíada de Paris, o atletismo paralímpico brasileiro assegurou mais quatro medalhas de ouro no Mundial, que ocorre até o próximo sábado (25/5) da modalidade em Kobe (Japão). Nesta segunda-feira (20/5), a recordista mundial Beth Gomes fez valer favoritismo e conquistou o tricampeonato mundial no lançamento de disco F53 (atletas que competem sentados).
Beth alcançou hoje a marca de 17,22m no lançamento de disco, na qual detém o recorde mundial obtido ano passado, durante os Jogos Pan-Americanos de Santiago – na ocasião ela cravou 17,80m. “Esse título significa muito, minha resiliência e minha vontade de viver. Toda vez que acordo, eu sei que a esclerose múltipla não me venceu. Então, é uma realização esse tricampeonato”, comemorou a paulista, que mais cedo havia conquistado a prata na prova agrupada arremesso de peso classes F53/F54.
Quem também festejou o tri foi o mineiro Claudiney Batista no lançamento de disco F56 (atletas sentados). Os outros dois ouros foram da maranhense Rayane Santos nos 200 metros T13 (deficiência visual) e da paulista Júlio Agripino, nos 5.000 da classe T11 (deficiência visual).
O segundo tri do dia, com direito a recorde mundial foi do mineiro Claudiney Batista, no lançamento de disco da classe F56. Ele venceu a prova ao alcançar a distância de 45,14m.
Quem também festejou muito foi a maranhense Rayane dos Santos (27), que conquistou pela primeira vez um título mundial. Ela cruzou a linha de chegada dos 200m T13 em 24s89, seu melhor índice na temporada. “Treinei para isso. Estava fazendo tempos muito fortes nos treinos, estava melhorando cada vez mais. Então, a nossa expectativa era muito alta. Eu estava muito confiante e consegui. Tem adrenalina, ansiedade e pensamentos negativos, mas eu consegui ter controle e vencer a prova”, disse a maranhense.
Retorno
De volta às competições internacionais, após cinco anos afastada por conta de problemas de saúde, a medalhista paralímpica (Rio 2016) Verônica Hipólito garantiu o bronze na prova dos 100m T36 (paralisados cerebrais) ao completar a prova em 13s35. A chinesa Yiting Shi (13s35) foi ouro e estabeleceu o novo recorde mundial da prova.
“Tem ouro que é ouro. Mas tem bronze que também é ouro. Tenho certeza de que esse terceiro lugar é muito importante para mim. Eu cheguei a questionar muitas coisas, o porquê eu ainda continuaria correndo. Tenho uma família e um treinador maravilhosos. Para mim, é um ouro”, celebrou a atleta paulista de 28 anos.