O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta terça-feira a Operação Penalidade Máxima II para cumprir três mandados de prisão preventiva contra envolvidos na manipulação de resultados de jogos de futebol. A suspeita é de que o grupo criminoso tenha atuado em partidas Brasileirão Série A e em cinco campeonatos estaduais. De acordo com a investigação, atletas cooptados recebiam de R$ 50 mil a R$ 100 mil para cumprirem determinadas ações durante o jogo, como tomar um cartão ou cometer um pênalti.
Um dos alvos de busca e apreensão é o jogador Victor Ramos, da Chapecoense, segundo o ge. Em nota, o clube afirmou que “reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta”. Declarou ainda “posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos”. O clube acrescentou que esta prática é antidesportiva e fere “os valores éticos e morais da modalidade”. A equipe de Chapecó também ressaltou que colabora com as investigações. O MP dará novas informações em coletiva à tarde.
A ação é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro e que resultou na denúncia de 14 pessoas, entre elas oito jogadores de futebol, na Série B. Os alvos da ação desta terça-feira tinham o modus operandi semelhante ao aplicado em partidas da segunda divisão.
A investigação identificou que a organização criminosa teria atuado “concretamente” em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileirão de 2022. De acordo com o MPGO, os suspeitos ainda teriam tentado manipular cinco partidas de campeonatos estaduais, entre eles Goianão, o Gaúchão, o Mato-Grossense e Paulistão.
“A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo”, informou o MPGO em nota.
Segundo o MPGO, os jogadores eram demandados para realizar condutas previamente estabelecidas. O objetivo seria a obtenção de “grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas”. Para isso, os envolvidos usavam contas cadastradas em nome de terceiros.