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Bruno e Dom: troca de comando na PF do Amazonas atrasará conclusão de inquéritos

Delegado Umberto Ramos será substituído por João Paulo Garrido Pimentel; outros casos, além das mortes do indigenista e jornalista, serão afetados

Manaus (AM) – A Polícia Federal (PF) do Amazonas passou por uma troca de comando recente, que culminou em diversas mudanças que podem comprometer investigações sobre crimes ambientais e de direitos humanos na região. Os inquéritos, incluindo os casos dos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips, do indigenista Bruno Pereira, em 2022, e do ex-colaborador da Funai Maxciel dos Santos, em 2019, além do massacre do rio Abacaxis, não serão mais conduzidos pelo delegado Francisco Badenes Júnior.

A saída de Badenes, segundo apurou O GLOBO, tem a ver com a troca na Superintedência da PF no estado. O delegado Umberto Ramos tomou posse da direção da PF no Amazonas em março de 2023. Ele será substituído pelo delegado João Paulo Garrido Pimentel, que ainda não tem data para assumir o cargo . Com isso, as inquirições citadas serão realocadas, o que causa preocupação de algumas entidades, pois pode prejudicar as investigações e beneficiar outros personagens envolvidos em práticas criminosas.

Em nota, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou que manifesta “profunda preocupação com as mudanças ocorridas na conjuntura da Polícia Federal no Amazonas e por via reflexa, nos inquéritos que investigam crimes ambientais e conexos com os direitos humanos em nossa região.”

“As recentes modificações lançam intensa desconfiança quanto ao real motivo de tais movimentos em razão de termos acompanhado de perto os excelentes resultados no combate ao crime organizado na região. A Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas, mesmo quase sem recursos financeiros para executar suas finalidades, tem realizado as maiores entregas no combate ao crime organizado e, recentemente, fez uma das maiores apreensões de cocaína da história do Estado, entre tantas ações que destacamos. O combate ao crime organizado avançou de forma significativa e sentimos este avanço com mais investigações e mais ações em conjunto com outros órgãos na realização das funções típicas atividade policial”, diz a nota.

Sobre as invetigações das mortes de Bruno, Dom e Maxciel, a Univaja afirma que a redistribuição do inquérito a outro delegado “só prejudica as investigações que avançam com a possível elucidação dos crimes e têm como alvos, possivelmente, autoridades amazonenses que dão sustentação às práticas criminosas no Estado que ostenta a terceira posição em criminalidade do País”.

Procurada, a PF confirmou a troca de comando, mas não confirmou até o momento quem será o delegado responsável pelos inquéritos sobre as mortes de Bruno, Dom e Maxciel.

Fonte: O Globo 

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