Manaus (AM) – A Casa das Artes, no Largo de São Sebastião, reabre as portas com cinco novas exposições inéditas de artistas da região e a temporada segue aberta para visitação do público, gratuitamente, até o dia 13 de julho, sempre de quarta a domingo, das 15h às 20h.
O espaço expositivo, gerido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, tem a curadoria assinada por Cristóvão Coutinho, que destaca a pluralidade de propostas e linguagens reunidas nesta edição:
“Estamos reabrindo a Casa das Artes com trabalhos que refletem a diversidade da arte produzida na Amazônia, tanto em gerações quanto em abordagens estéticas. É um momento importante de retomada e de afirmação da potência artística local”, destacou o curador.
Na primeira sala, o artista Marcos Afonso apresenta “Que loucura é essa?”, composta por 64 obras distribuídas em seis séries: “Gaza”, “Natureza Morta”, “Era da Loucura”, “Olhos de Abacate”, “Coringa” e “Solidão”. Pintando desde os 66 anos, o artista faz da arte uma denúncia visual dos absurdos sociais, da violência e da insensibilidade humana. “Eu não sou um artista da arte pela arte. Acho que todo artista tem a sua responsabilidade”, declara.
Na segunda sala, Adriel Castro, em sua primeira exposição individual, apresenta “Em busca de mim”, um conjunto de autorretratos nascidos a partir de escritos pessoais iniciados em 2018. O trabalho propõe uma reflexão íntima sobre identidade, autoimagem e pertencimento, e tem como base o próprio processo de autoconhecimento do artista.
Na área nova da Casa das Artes, o paredão expositivo, Vico apresenta “Nix no Labirinto Oculto”, uma exposição que funciona como linha do tempo emocional e artística da artista. O conjunto de desenhos, colagens e composições revela transformações ao longo dos anos e traduz a mente como um espaço labiríntico. A exposição é sobre o inconsciente em suas glórias e tragédias, como o traço se comporta perante a vida em fases de juventude, alegria, tristeza, trauma e resiliência.
Na terceira sala, a artista visual Suzana Pires expõe “Geometria da Selva”, uma série de pinturas inéditas inspiradas na fauna e flora amazônicas. O uso de inteligência artificial para gerar movimento em algumas obras surpreende o público. “Gosto do tema Amazônia porque é muito rico. São aves, flores, folhagens… e agora, além da pintura, trago também essa inovação de movimento com a IA”, explica a artista.
Na última sala, Cássio Flores exibe “No Planeta Surreal”, com pinturas que trazem um alerta ambiental. Desmatamento, poluição e tráfico de madeira ganham contornos simbólicos e fantásticos em composições surrealistas. “Apesar do drama nas imagens, o propósito é fazer com que as pessoas reflitam. Se não cuidarmos agora, as próximas gerações vão pagar o preço”, diz o artista.