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Caso Bruno e Dom: réus são ouvidos e Justiça abre prazo de dois dias para alegações finais; VÍDEO

Tabatinga (AM) – Por volta das 18h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (8), a Justiça Federal terminou de ouvir os três réus acusados  do assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Após a audiência de instrução de julgamento no Fórum de Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus), o juiz Fabiano Verli abriu prazo de dois dias para que o Ministério Público Federal (MPF) e a defesa dos réus apresentem as alegações finais. Em seguida, o processo volta para o magistrado definir se os acusados vão a júri popular.  

Os réus estão em presídios federais, no Paraná e Mato Grosso, eles participaram da audiência, de forma online. O trio responde por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR); Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, estão na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

Nesta segunda-feira, os depoimentos dos réus deveriam ter começado às 8h, no horário de Tabatinga (às 10h, em Brasília), mas o início foi adiado para as 14h (horário de Brasília). No entanto, a audiência só começou  mesmo por volta das 15h30 (horário de Brasília).

Na manhã desta segunda-feira, o juiz do caso, Fabiano Verli, decidiu a adiar os depoimentos para o horário da tarde porque o presídio de Campo Grande ainda não tinha confirmado se Oseney e Jefferson seriam ouvidos reservadamente pelos advogados. Logo no início da audiência desta segunda, Amarildo chegou a ser ouvido pela defesa, de forma reservada.

No início da tarde, o impasse continuou, até o início da audiência.

Depoimentos

Amarildo, o “Pelado”, em depoimento

O primeiro a ser ouvido pelo juiz foi Amarildo, o “Pelado”, que voltou a confessar os assassinatos, defendeu o irmão, Oseney, o “Dos Santos”, das acusações, e afirmou que duplo homicídio de Bruno e Dom foi legitima defesa. Segundo ele, o indigenista atirou primeiro nele e em Jefferson, quando o conflito começou.

Ainda conforme o depoimento de Amarildo, ele e Jefferson estavam indo pescar, quando se aproximaram do barco de Bruno e Dom, e o indigenista efetuou, primeiro, disparos contra  eles várias vezes.

“Nunca passou pela minha cabeça matar ninguém. Na minha visão, fizemos por legítima defesa”, disse o réu, que encerrou o depoimento por volta das 16h32 (horário de Brasília).

Jefferson

O segundo a ser ouvido foi Jefferson, o  “Pelado da Dinha”, às 17h03 (horário de Brasília). No depoimento, ele também contou a versão dita por Amarildo, que ambos haviam saído para pescar pelo rio, quando viram a embarcação onde Bruno e Dom estavam e o indigenista atirou primeiro contra eles.

Ele disse que quando se aproximaram, acreditaram que Bruno viu Amarildo e, pelos conflitos que os dois já tinham anteriormente, o indigenista atirou na direção deles. Segundo ele, foi quando pegou a arma que usavam para a prática da pesca, revidou os disparos e acertou Bruno.

Jefferson foi questionado sobre os atritos que Amarildo tinha com Bruno e ele contou que tinham uma convivência boa na região, até a chegada do indigenista. Após ele começar a atuar na área, Jefferson disse que as pessoas passaram a não falar mais com Amarildo e os pescadores.

O réu também comentou que há coisas no depoimento dele para a Polícia Federal que não foram ditas por ele. Contou que não estava acompanhado de advogado, ou defensor público, quando prestou o depoimento.

Sobre Oseney, ele contou que apenas chegou ao local do crime após o ocorrido. Disse que estava a caminho de um lago que costuma fiscalizar, quando viu Amarildo e Jefferson, após o conflito com Bruno e Dom.

Ele ainda disse que contaram ao Oseney o que havia acontecido e ele foi embora do local em seguida.

Oseney

O terceiro réu a ser ouvido foi Oseney, conhecido como “Dos Santos”, às 17h45 (horário de Brasília). Ele disse que não teve participação no crime, que pegou uma carona em outro barco pois ia olhar um dos dois lagos de manejo onde ele tomava conta todos os dias. Foi quando parou em um ponto e avistou Amarildo e Jefferson.

Oseney disse ter pensado que o motor deles teria quebrado e perguntou o que havia acontecido. Foi quando soube do conflito e deixou o local em seguida. Ele alega ter ido para a casa, pediu um calmante de sua esposa e contou à ela.

O réu também contou sobre quando Amarildo e Jefferson foram presos. Ele disse que foi para Atalaia do Norte esperar que os filhos ficassem de férias e deixou sua casa trancada. Foi quando soube que a polícia tinha ido ao local para prendê-lo.

Enquanto ainda estava no município, ele foi informado que o delegado queria ouvi-lo sobre o caso e foi até a delegacia. Foi quando disse ter sido preso, mesmo negando participação no duplo homicídio.

Oseney também foi questionado se há algum documento ou farda que confirme que ele seja fiscal dos lagos. Ele confirmou que tem documento e usa farda durante seu trabalho.

Disse que nunca teve problemas com os indígenas da região e que buscavam ajuda deles quando haviam doenças.

Fonte: G1

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