Borba (AM) – A cidade está dividida, em opinião, entre o Prefeito afastado e a oposição. Desde a noite de terça (15), um clima de tensão tomou conta das ruas. Simão Peixoto está divulgando convite para que a população compareça à Câmara, na Sessão Plenária Extraordinária, com o seguinte apelo: “não desamparem um amigo que sempre ajudou e foi eleito pelo povo”.
Já a oposição, está convocando a população com um apelo mais incisivo: “Venha fazer parte e lutar pelo voto sim para cassação, e que os vereadores atendam o pedido de liberdade do povo Borbense que tanto sofreu!”.
Um vídeo feito por moradores mostra a movimentação em frente à Câmara Municipal durante a noite de terça (15) quando chegaram 20 Policiais Militares na cidade para acompanhar a votação e garantir a segurança na casa.
O futuro político do Prefeito de Borba Simão Peixoto (PP), será decidido pelos Vereadores do município em reunião extraordinária convocada pelo presidente da Casa após abertura de investigação, aprovada no dia 19 de Junho. A sessão, extraordinária, está marcada para iniciar nesta quarta (16), às 17:00 quando os Vereadores vão votar o pedido de cassação do prefeito, que está afastado do cargo e vai entrar em pauta, de forma extraordinária, na Câmara Municipal da cidade.
O processo de investigação começou em junho deste ano quando sete, dos nove vereadores do município, votaram a favor do recebimento das denúncias contra o Prefeito e para a criação de uma comissão para investigá-lo, desde o afastamento a cidade está sob o comando do vice prefeito Zé Pedro Graça (PSD).
A comissão é presidida pela vereadora Tatiana Franco, que, também já havia formalizado denúncia contra Simão, alegando ter sido vítima de violência política de gênero cometida por Peixoto. De acordo com a Vereadora, no dia 30 de outubro do ano passado o prefeito teria ameaçado, em praça pública, espancar a vereadora, inclusive fazendo gestos insinuando que ela merecia umas “ripadas”. O Relator do processo é o Vereador Pedro Paes e o início do processo de cassação foi aprovado por 8 dos 9 vereadores do município.
A defesa de Peixoto não deu informações sobre o que o Prefeito afastado de Borba irá fazer durante a quarta feira e nem se irá participar da sessão plenária que decidirá seu futuro político.
Prisões de Peixoto e afastamento
Simão Peixoto foi preso, a primeira vez, no dia 3 de março deste ano pelos crimes de ameaça, desacato, difamação e restrição aos direitos políticos em razão do sexo, mas foi solto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8 do mesmo mês.
Em maio, o político foi um dos alvos da ‘Operação Garrote’, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que investiga a criação de uma organização criminosa acusada de desvio de 29,2 milhões da Prefeitura de Borba.
Segundo o MP, Simão cometia fraudes em licitação, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva enquanto esteve à frente da prefeitura. Alguns familiares dele também foram alvo da operação.
No dia em que a PF esteve no município para cumprir os mandados Simão fugiu da cidade em uma lancha e , após ficar mais de seis dias foragido, apresentou-se na delegacia da Polícia Civil (PC) no dia 29 de maio, quando foi preso e encaminhado para um presídio de Manaus.
Após ficar quase três meses preso, e tendo vários pedidos de liberdade negados, Simão foi solto no dia 16 de julho. O chefe do Executivo municipal responde pelo crime em liberdade, mas usa tornozeleira.