Manaus (AM) — O promotor de Justiça Walber Nascimento vai ser investigado pela Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por, suspostamente, ter se referido à advogada Catharina Estrella como “cadela”, durante um julgamento realizado na última quarta-feira (13/9). A decisão foi proferida pelo corregedor nacional do Ministério Público (MP), Oswaldo D’Albuquerque, que levou em consideração o teor do vídeo veiculado na mídia e redes sociais sobre as manifestações de Nascimento durante o ato judicial.
A decisão da Corregedoria atende a um pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), que, nesta quarta, enviou uma reclamação ao CNPM sobre o caso. No documento, a entidade representante da advocacia, além de relatar o comportamento do promotor, também destacou ter havido a violação de prerrogativa da advogada Catharina Estrella.
Além na manifestação do CFOAB, os advogados Rodrigo Badaró e Rogério Varela, também protocolaram uma reclamação disciplinar contra o promotor, no CNPM, na qual constam links de matérias veiculadas na mídia sobre o caso. Veja o vídeo.
Manifestações
Após o julgamento e a suposta ofensa do promotor de Justiça contra a advogada Catharina Estrella, na quarta-feira, houve uma manifestação em frente ao Fórum Ministro Enoch Reis, que reuniu o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB/AM), Jean Cleuter, e dezenas de advogados em solidariedade à Catharina Estrella.
Na manhã desta quinta-feira, um ato de desagravo em favor da advogada também foi realizado, em Manaus, em frete ao Ministério Público do Amazonas (MPAM).
O promotor
Ao Minuto a Minuto 1, o promotor Walber Nascimento, que afirmou não ter faltado com respeito à advogada. Ele alegou que tem total respeito pelas mulheres e colegas de profissão e que, inclusive, foi educado pela mãe a respeitar o público feminino.
Ele disse, também, que, durante o julgamento, a advogada, além de questionar a presença dele nos debates, tentou várias vezes anular o julgamento. Em relação ao termo “cadela”, Nascimento que algumas ações discutidas no processo retratam o desrespeito que alguns homens tratam as mulheres e citou uma fala da própria mãe, que lhe dizia “que sempre teria de respeitar as mulheres. Inclusive, se engravidasse uma cachorra, teria de casar com ela”.
“Então, quando a advogada foi fazer a defesa dela, fui acusado por ela de chamar todas as mulheres de cachorras e, durante a minha tréplica, afirmei ter tido a minha fala distorcida. Nesse momento, afirmei que os cachorros são leais e ao falarmos em lealdade, ela (Catharina) não poderia ser comparada a uma cachorra”, destacou o promotor, ao salientar que todas as sessões são gravadas e há testemunhas sobre a negativa da ofensa por parte dele.
O promotor relatou, ainda, ter pedido desculpas à dra. Catharina, caso ela tenha se sentido ofendida, mas ela não as aceitou.