Israel – A família de Bruna Valeanu, brasileira que estava desaparecida em Israel desde sábado (7), confirmou a morte da jovem no fim da manhã desta terça-feira (10). A estudante estava na festa rave Universo Paralello com amigos quando terroristas do Hamas chegaram e iniciaram o ataque que já é considerado o pior contra judeus das últimas décadas.
A irmã mais velha de Bruna, Florica, que também vive em Israel, disse que o Exército israelense comunicou ter encontrado o corpo da estudante. O enterro está previsto para a noite desta terça (tarde no Brasil).
“Minha mãe teve um pressentimento nesse dia, ela não sabia que a festa seria perto de Gaza. Minha mãe falou: ‘Bruna, não vai na festa’. Minha mãe teve esse pressentimento”, contou Florica, mais cedo. “A última coisa que conseguimos foi a localização dela por mensagem. Era uma localização perigosa, onde os terroristas entraram armados em caminhonetes, tanques, motos”, disse a irmã da carioca.
A jovem de 24 anos vivia em Israel havia 8 anos e estudava comunicação e marketing. Lá também moram a mãe e Florica. Outra irmã, Nathalia, permaneceu no Rio de Janeiro. “Ela disse que ouvia muitos tiros e tinha muitas pessoas feridas. E ela estava no meio de um mato, mas era um lugar que estava meio cercado”, lembrou.
Outro brasileiro encontrado morto
O Itamaraty confirmou, em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a morte do gaúcho Ranani Nidejelski Glazer, de 23 anos.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel”, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Glazer estava junto com outros dois brasileiros — a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman. Os três fugiram e se esconderam em um bunker ao ouvir os primeiros disparos. Porém, o abrigo foi alvo de bombas de gás do Hamas, e ela ficou desorientada. Nesse momento, ela e Zimerman se perderam de Glazer.
“A gente não tinha como sair (de dentro do bunker). Tentamos ligar para a polícia. Enfim, se defendendo literalmente com os corpos das pessoas que morreram pela situação. Em algum momento, eu não vi mais o meu namorado. Não sei se ele levantou, se chegou a sair. Eu não vi mais ele. Eu estava muito desorientada. Eu desmaiava muito, desmaiava e acordava por causa do gás”, contou.
Segundo Zimerman, “quando saí do abrigo, dei de cara com a polícia”, afirmou ele. “Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente não saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus não está escrito. Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela”, acrescentou ele.
Uma brasileira segue desaparecida, segundo o Itamaraty.