Deputadas acionam Conselho de Ética do Senado contra Plínio Valério por declaração sobre ‘enforcar’ Marina Silva

Foto: Reprodução

Brasília (DF) – Deputadas acionaram o Conselho de Ética do Senado nesta quinta-feira (20) contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por uma declaração dada por ele em que fez referência a “enforcar” a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Segundo o partido Rede Sustentabilidade, ao menos nove parlamentares assinaram a representação. Entre elas estão:

  1. Benedita da Silva (PT-RJ);
  2. Duda Salabert (PDT-MG);
  3. Enfermeira Ana Paula (Podemos- CE);
  4. Gisela Simona (União Brasil -MT);
  5. Jandira Feghali (PC do B – RJ);
  6. Laura Carneiro (PSD-RJ);
  7. Maria Arraes (Solidariedade – PE);
  8. Tabata Amaral (PSB-SP); e
  9. Talíria Petroni (Psol – RJ).

Além das deputadas, também assina o documento o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE).

“O teor de sua fala ultrapassa os limites da imunidade parlamentar, uma vez que não possui qualquer relação com sua atuação como representante do Estado do Amazonas, mas sim um evidente caráter de violência de gênero”, diz um trecho da representação.

“A fala não apenas minimiza e desqualifica a presença da Ministra Marina Silva no cenário político, como também reforça um discurso de incitação à violência contra a mulher, um crime tipificado na legislação brasileira e que tem sido amplamente combatido, sobretudo no contexto da política nacional”, prossegue.

A fala original do senador Plínio Valério, que gerou toda a situação, aconteceu na sexta-feira (14), durante um evento no Amazonas. Na ocasião, ele fazia referência a uma sessão da CPI das ONGs em que Marina Silva falou com os parlamentares por cerca de seis horas.

“Imagina vocês o que é ficar com a Marina 6 horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la?”, disse.

Na tarde da quarta-feira (19), Valério comentou sua declaração no Senado. Ele disse que fez uma brincadeira.

“Na CPI das ONGs, a ministra Marina esteve na CPI. Foram 6 horas e 10 minutos que eu a tratei com educação. Ela provocou e eu não entrei nisso, com toda educação. Por ser mulher, ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza. Ela sabe disso”, argumentou.

“Um ano se passou e eu fui receber uma medalha e na brincadeira, em torno de brincadeira, eu falei: ‘Imagina vocês o que é ficar com a Marina 6 horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la?’ Todo mundo riu, eu ri, brinquei”, prosseguiu.

Mas afirmou que não se arrependeu:

“Foi brincadeira. Se você perguntar, você faria de novo? Não. Mas se arrependo? Não. Foi uma brincadeira. Agora, o que me encanta é o Senado ficar sensibilizado com uma frase”, justificou.

O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), fez uma reprimenda ao parlamentar na quarta-feira (19).

Alcolumbre afirmou ter recebido cobranças de parlamentares para se posicionar sobre o caso. Ele classificou a fala do senador como inadequada e agressiva, mesmo que tenha sido feita em tom de brincadeira:

“Não concordo com muitas posições ideológicas da ministra em relação ao país, mas acho que o meu querido colega, senador Plínio Valério, precisa fazer uma referência em relação a essa fala, até mesmo justificar se foi uma fala equivocada (…)”, afirmou.

“Estamos vivendo um momento tão difícil que uma fala de um senador da República, mesmo de brincadeira, agride, infelizmente, o que nós estamos querendo para o Brasil”, completou o presidente do Senado.

Plínio Valério reafirmou que não se arrepende da declaração em que sugeriu “enforcar” a ministra e reclamou da reprimenda pública de Alcolumbre argumentando que o caso poderia ter sido tratado de maneira reservada pelos dois.

Em resposta, no programa “Bom Dia, Ministra”, ainda na quarta, Marina disse que a declaração do parlamentar é de um “psicopata”.

Fonte: g1

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