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Dia Mundial de Conscientização do Autismo

A data foi estabelecida em 2007 com o objetivo de compartilhar informações sobre o autismo com a população
Foto: Divulgação

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado na próxima terça-feira, 2 de abril. Esta data foi estabelecida em 2007 com o objetivo de compartilhar informações sobre o autismo com a população, visando reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno. Mais do que isso, é uma ocasião para reforçar o compromisso de construir um mundo mais inclusivo com políticas públicas que valorizem e respeitem todas as pessoas, independentemente de suas diferenças.

Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.

Segundo a Psicóloga e professora do curso de Psicologia da Wyden, Suzanne Bandeira, é importante identificar os sinais precoces, pois isso possibilita iniciar as intervenções necessárias, promovendo ganhos no desenvolvimento. 

“Os sinais de autismo já podem ser identificados em crianças nos primeiros dois anos de vida, sempre tendo o cuidado de observar o momento do desenvolvimento no qual a criança se encontra. Existem alguns marcos do desenvolvimento, ou seja, comportamentos e habilidades que são esperados, como o contato visual, sorriso social, desenvolvimento motor (tônus muscular, movimento de rolar, engatinhar e andar). Durante muitos anos, o discurso de que ‘cada criança tem seu tempo’ imperou entre diversos profissionais da infância, familiares e educadores, o que acabava por dificultar a identificação do TEA de forma precoce. Hoje, sabemos que os marcos do desenvolvimento precisam, sim, ser respeitados e as alterações devem ser avaliadas por especialistas”.

A especialista elenca os sinais precoces de autismo que os pais e cuidadores podem observar:

  • Atraso no desenvolvimento da linguagem, acompanhado da ausência de interesse nas relações. Por exemplo, a criança não corresponde ao olhar ou evita contato prolongado, não sorri mediante estímulos sociais, como as “gracinhas” que os pais costumam fazer para obter resposta da criança;
  • Padrões estranhos de brincadeiras, por exemplo, movimentos limitados e repetitivos com o brinquedo, carregar esses brinquedos, mas não brincar com eles;
  • Padrões incomuns de socialização. Um exemplo é quando, no desenvolvimento da fala, a criança não responde ao próprio nome ou parece estar reproduzindo uma fala de personagens na sua comunicação;
  • Alterações sensoriais aos estímulos do ambiente. A criança pode ou não reagir aos sons ao seu redor, parecendo insensível a ruídos altos, ou demonstrar extrema agitação mediante esses estímulos. Pode envolver também dificuldades com a textura e sabor de alimentos (seletividade alimentar);
  • Interesses fixos, restritos, que chamam a atenção pela sua intensidade e foco.

A professora reforça que esses aspectos são avaliados considerando o momento do desenvolvimento em que a criança se encontra, a intensidade e frequência no qual acontecem e o nível de prejuízo causado na vida dessa criança.

Sobre a atuação do papel do psicólogo no tratamento do espectro autista, Suzanne explica que “O profissional pode atuar no diagnóstico, no tratamento e na orientação de familiares e cuidadores de pessoas com autismo. No diagnóstico, o psicólogo pode utilizar avaliações e testes psicológicos para avaliar o desenvolvimento da criança e identificar possíveis sinais de autismo. Além disso, pode colaborar com a equipe multidisciplinar na identificação de necessidades individuais e no planejamento de intervenções específicas”. 

Além disso, a profissional ressalta a importância dos debates sobre o tema para combater os preconceitos ainda presentes em nossa sociedade: “É fundamental discutir o TEA e conscientizar famílias, escolas e toda a sociedade, visando desfazer estigmas. Esse esforço deve ser acompanhado por um diálogo contínuo com o poder público, pois é por meio das políticas de saúde que o acesso às intervenções necessárias deve ser garantido”, concluiu a docente da Wyden.

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