Dia desses comentávamos na bancada do Redação Sportv a paixão dos argentinos pela seleção do país. Uma relação intensa, potencializada, creio eu, pelo nacionalismo com o qual Maradona a defendia. Algo que me arrepia e estimula reflexões sobre a frieza dos brasileiros em relação à seleção pentacampeã mundial. Ou alguém acordou incomodado com a derrota de 2 a 1 para o Marrocos no amistoso em Tânger?
Incomoda, sim, é que há mais de um ano se sabe do encerramento do trabalho de Tite. E, sendo assim, é difícil aceitar que, três meses após a saída do técnico, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ainda não tenha nomeado um novo técnico. Já anunciou que talvez o tenha em maio. Não há um norte nem definido, e isso fica claro quando se especula nomes que vão do italiano Carlo Ancelotti, o favorito, ao do português José Mourinho, profissionais de estilos tão distintos.
O amistoso de sábado, na primeira data Fifa do ano, poderia ter marcado o início de um novo ciclo. Algo já voltado para as Eliminatórias da Copa de 2026, em setembro. A CBF teve todo tempo do mundo para fazer uma transição sem atropelos, e não aceito a perda de tempo. Ramon Menezes fez o que lhe cabia: o utilizou para testes visando ao Mundial Sub-20, na Indonésia, em maio. O time foi um híbrido talentoso, mas sem o menor entrosamento. O máximo possível o jogo.
Marrocos, semifinalista da Copa do Catar, venceu por 2 a 1, é claro. Resultado aceitável na nova ordem no futebol mundial, mas que ainda machuca a autoestima. Por certo, se este fosse o cenário vivido pela Argentina, os hermanos estariam no Obelisco a protestar. Porque lá a paixão pela seleção é coisa séria.
Fonte: Extra
