Manaus (AM) — A expulsão do ex-candidato ao Senado, Coronel Menezes, do Partido Liberal (PL) tem dado o que falar e, também, colocado em ‘xeque’ a influência e o prestígio do político na legenda e a relação dele com o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Em entrevista ao programa Meio Dia com Jefferson Coronel, transmitido pela Rádio e TV Onda Digital, nesta sexta-feira (25/8), o deputado federal e presidente do PL Manaus, Capitão Alberto Neto, falou sobre a situação de Menezes, considerado por ele “desagregador”, ao partido.
“O Coronel Menezes mostrou sua inabilidade política, caráter e feriu a conduta partidária. Diante disso, a Comissão Executiva Municipal do partido tomou a decisão de expulsá-lo”, disse o deputado federal, a quem Menezes dirigiu palavras “nada amistosas” durante live em uma rede social, em julho deste ano. “O PL não permite esse tipo de conduta e ele pode criticar a minha pessoa, mas que faça em outro partido”, completou o parlamentar.
Alberto Neto disse, também, que conversou com o ex-presidente do Brasil e atual presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro, sobre o comportamento de Menezes na live. “O presidente Bolsonaro ficou decepcionado e, na verdade, o Coronel Menezes é desagregador e sempre o constrangeu. Deixo claro, também, que o meu voto contra à Reforma Tributária foi um pedido do próprio Bolsonaro”, destacou.
A atuação de Menezes à frente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), de fevereiro de 2019 a junho de 2020, também foi mencionada pelo presidente do PL Manaus na entrevista. “A incompetência do Coronel Menezes é tão notória que ele não conseguiu ajudar o presidente Bolsonaro, quando estava à frente da Suframa. O presidente (Bolsonaro) teve que expulsá-lo da Suframa porque ele tirava os votos dos senadores e deputados no Congresso”, pontuou o deputado, ao salientar que nenhum colega de partido saiu em defesa do ex-superintendente da Suframa, após a sua expulsão do partido.
Sobre a decisão de expulsar Menezes do partido, Alberto Neto foi categórico. “Foi o presidente do Conselho, delegado Costa e Silva, que conduziu todo o processo (disciplinar). Tudo foi feito dentro da legalidade, o cartório o procurou várias vezes e ele ainda tem prazo para recorrer. Mas o Menezes gosta de brigar, de desagregar e não poderia deixar isso acontecer. Não dá para errar mais”, pontuou o parlamentar, ao garantir que o PL precisa focar na união da Direita e nas eleições de 2024 e 2026.
Entenda o caso
Coronel Menezes foi acusado de infringir o Código de ética do PL nas redes sociais. Em uma live, em julho deste ano, ele chamou o deputado federal Capitão Alberto Neto de “judas”, por conta do voto do parlamentar em relação à Reforma Tributária.
Devido ao xingamento, o deputado apresentou denúncias contra o colega no próprio partido, que foram aceitas pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. A solicitação foi atendida e um processo disciplinar contra Menezes foi instaurado.
A expulsão de Menezes foi anunciada na última quarta-feira (23/8). Ele ainda pode recorrer contra a decisão na Executiva Estadual e Nacional da legenda, o que o próprio já confirmou que irá fazer.
Também em entrevista ao Meio Dia com Jefferson Coronel, na última quinta-feira (25/8), Menezes disse que não teve direito ao contraditório no processo disciplinar que resultou em sua expulsão, acusou Alberto Neto de não ser bolsonarista “raiz”, afirmou que o parlamentar não cumpriu com diversos acordos estabelecidos entre as partes, criticou a relação do parlamentar com o Senador Omar Aziz, entre outras coisas.