Em Borba, grupo que extorquia e difamava pessoas na internet é preso

O grupo também recrutava pessoas interessadas em jogos de azar on-line, incluindo o “Jogo do Tigrinho”.
Foto: Divulgação

Borba (AM) — Seis integrantes de um grupo criminoso que extorquia e difamava pessoas na internet foram presas, em Borba, distante 151 quilômetros de Manaus, onde administravam perfis intitulados ‘Focas’ em uma rede social, durante a Operação Mordaça. O sexteto foi apresentado, nesta sexta-feira (21/3), pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 74ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Borba (a 151 quilômetros de Manaus), com o apoio do Departamento de Polícia do Interior (DPI).

Os preos são: Bruna de Souza Valente, 23; Clícia Mar Cardoso, 24; Cris Luan dos Anjos Oliveira, 20; Ketelen de Oliveira Frota, 20; Moisés Moçambique Cadacho, 25; e Wesley Froes Campos, 29.

O delegado Jorge Arcanjo, da 74ª DIP, explicou que as investigações revelaram que o grupo utilizava cinco perfis em redes sociais para disseminar difamações. As postagens incluíam alegações de relacionamentos extraconjugais e falsas acusações de que algumas pessoas estariam infectadas pelo vírus HIV.

“Os suspeitos exigiam dinheiro das vítimas que os procuravam, oferecendo, em troca, a remoção das publicações difamatórias ou a revelação de quem teria iniciado a ‘fofoca’. Em um dos casos, um dos perfis chegou a exigir favores sexuais de uma mulher, determinando que ela mantivesse relações com qualquer pessoa indicada pela página. Essa situação foi frustrada com a deflagração da operação”, relatou Arcanjo.

Além dos crimes de difamação e extorsão, o grupo usava os perfis para recrutar pessoas interessadas em jogos de azar on-line, incluindo o “Jogo do Tigrinho”.

Primeira fase

A primeira fase da Operação Mordaça ocorreu no dia 14 de março, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra Bruna de Souza Valente e Wesley Froes Campos, em Borba, e contra Cris Luan dos Anjos Oliveira e outro indivíduo, identificado como Elisson Ronald, em Manaus.

“O grupo estava em atividade há cerca de um ano e meio e criava ‘caixinhas de perguntas’, recebendo mensagens anônimas sobre moradores locais e divulgando o conteúdo sem qualquer filtro. Eles chegaram a atacar um padre e a própria Igreja Católica”, explicou o delegado.

Após as primeiras prisões, houve uma reviravolta nas investigações envolvendo Elisson Ronald. Descobriu-se que, na realidade, Elisson havia sido vítima de uma mulher identificada como Clícia Mar Cardoso, residente em Borba.

Segundo a polícia, Clícia conheceu Elisson em uma rede social e, após conquistar sua confiança, pediu que ele permitisse o uso de sua conta bancária para depósitos, alegando que mantinha relacionamentos com homens que não podiam transferir o dinheiro diretamente para suas contas pessoais.

“De posse da chave Pix dele, Clícia cadastrou um chip de celular em nome de Elisson e criou um dos perfis ‘Foca’, utilizado para extorquir vítimas. Os valores recebidos na conta de Elisson eram repassados integralmente a Clícia, sem que ele soubesse da origem criminosa do esquema”, destacou Arcanjo.

Além disso, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Cris Luan, a polícia encontrou, no celular de sua companheira, Ketelen de Oliveira Frota, um novo perfil “Foca”, e ela foi interrogada no mesmo dia.

Segunda fase

A segunda fase da operação ocorreu em 18 de março, com a decretação das prisões preventivas de todos os envolvidos, exceto Elisson, cuja prisão foi revogada após análise das novas evidências.

Clícia foi presa em Borba, e Ketelen e Moisés Moçambique Cadacho, que estava foragido, foram localizados e presos em Manaus.

Procedimentos

Todos os suspeitos responderão por associação criminosa, extorsão, estelionato, calúnia, difamação, injúria, propaganda enganosa, crimes contra as relações de consumo e contravenção penal relacionada a jogos de azar.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *