Manaus (AM) – Nesta quarta-feira (23/4), durante cumprimento de ordem judicial de reintegração de posse, casas de indígenas da etnia Kokama foram destruídas no ramal Água Branca II, no quilômetro 35 da rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatiara).
O terreno, pertence à empresa Amazonas Empreendimentos Ltda., em nome de Phelippe Daou Júnior e Cláudia Maria Daou Paixão e Silva, proprietários da Rede Amazônica, filial da TV Globo no Amazonas, foi invadido em agosto de 2024 e estava ocupado por cerca de 60 pessoas.
A operação conjunta das forças de segurança pública do Amazonas, policiais militares, civis, bombeiros, assistentes sociais e representantes da concessionária Amazonas Energia.
De acordo com informações, a reintegração ocorreu após os indígenas ignorarem o prazo de 48 horas, concedido pela Justiça em março, para deixarem o local voluntariamente.
Como a ordem não foi cumprida, uma nova decisão judicial autorizou o uso de força policial para assegurar a devolução da área.
Os agentes chegaram ao local por volta das 6h. Não houve resistência ou confrontos durante a ação.
Prejuízos ambientais
Um dos maiores problemas causados pela invasão foi o desmatamento da vegetação nativa, de acordo com a defesa dos proprietários, representada pela advogada Lorene Cassi.
Conforme a advogada, o terreno está regularizada no Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra) há mais de 20 anos.
Procurada, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejusc) informou, por meio de nota, que os servidores da pasta e Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) realizaram o alinhamento com as famílias do local para garantia dos direitos humanos, por meio de um levantamento de dados sobre o perfil familiar que estava no local.
Ainda segundo nota, toda a operação foi custeada pela empresa dona do imóvel, que ingressou com o requisito de reintegração junto à Justiça do Amazonas.