Manaus (AM) – Com atuação no encaminhamento de famílias, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio do Núcleo de Localização e Identificação de Desaparecidos (Nulid), integra a 2ª Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, parte da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas.
A campanha, que começou na última segunda (26/8) e segue até a próxima sexta-feira (30/8), tem como objetivo coletar material biológico de familiares para a criação de perfis genéticos, que serão integrados a um abrangente banco de dados nacional.
No Amazonas, o Banco de Perfis Genéticos utiliza esse material para confrontar com restos mortais não identificados, facilitando assim a identificação e o reencontro de pessoas desaparecidas em todo o estado e no país.
As famílias são contatadas previamente pelo MPAM, e todo o procedimento é explicado antes da realização da coleta. Aqueles que demonstrarem interesse são direcionados ao Laboratório de Genética Forense para a coleta. Além disso, o Nulid também estará presente no laboratório para atender familiares que busquem o serviço, mesmo que não estejam cadastrados no programa.
A coleta de DNA para a campanha é realizada no Laboratório de Genética Forense, situado na Avenida Noel Nutels, em Manaus, onde também estão localizados o Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística. O procedimento ocorre das 8h às 17h e envolve, no mínimo, dois familiares próximos da pessoa desaparecida, como pais, irmãos ou filhos. A participação de um maior número de familiares aumenta a precisão das buscas. Para mais informações, os interessados podem contatar o laboratório pelos telefones (92) 3645-4428 ou (92) 98416-122 (WhatsApp).
Podem doar material biológico, preferencialmente, os familiares de primeiro grau na seguinte ordem de prioridade: pais, filhos, genitor do filho da pessoa desaparecida e irmãos. Essa doação permite o cruzamento dos perfis genéticos com os de pessoas encontradas vivas ou falecidas, com identidade desconhecida nos bancos estaduais, distrital e nacional, acelerando a identificação e a resolução dos casos de desaparecimento.
Os familiares também podem contribuir fornecendo itens pessoais, como escovas de dente e aparelhos de barbear, além de amostras biológicas, como dentes de leite e cordão umbilical. O processo é voluntário e requer a assinatura de um termo de consentimento. O procedimento consiste na coleta de células da bochecha com um cotonete. O perfil genético gerado será utilizado exclusivamente para a identificação do desaparecido, assegurado, portanto, de que não seja empregado para outros fins.
O promotor de Justiça e coordenador do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), Elanderson Lima Duarte, destacou a importância da Campanha Nacional de Coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas para aumentar a visibilidade do fenômeno do desaparecimento. “A campanha é fundamental para dar visibilidade a esse fenômeno social e para evidenciar a importância da articulação entre diversos órgãos na busca por essas pessoas”, afirmou, ressaltando que o MPAM tem atuado por meio do Nulid, em parceria com o Laboratório de Genética Forense, para sensibilizar os familiares cadastrados no Plid a realizarem a coleta de DNA no referido instituto.
A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas é simbolizada pela flor miosótis, também conhecida como “Não-Te-Esqueças-de-Mim”, e visa intensificar a identificação e localização de pessoas desaparecidas.
Atuação do MPAM
O Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), sob a gestão do Núcleo de Localização e Identificação de Desaparecidos (Nulid), foi instituído pelo MPAM a fim de fortalecer a busca e identificação de pessoas desaparecidas. Integrado ao Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), o Plid busca aprimorar a coleta e o registro de informações, promovendo a colaboração entre órgãos públicos e a sociedade para facilitar a resolução de casos de desaparecimento. O programa oferece suporte emocional e prático às famílias afetadas, buscando aliviar a angústia do afastamento de entes queridos e proporcionar um meio estruturado para a localização de pessoas desaparecidas.