Em Manaus, quadrilha é presa por aplicar golpe de mais de R$ 3 milhões a servidores a Educação

Os suspeitos coletavam informações referentes à margem consignável de professores e, de posse dos dados, falsificavam documentos.
Foto: Divulgação

Manaus (AM) — Alan Douglas Pereira Barbosa, Jean Fábio França de Souza, John Harry Santos da Silva, Luís Gonçalves da Silva, Luiz Roberto Lima Fonseca, Manoel Moreno Penha Júnior e Samuel da Costa Matos foram presos, na segunda-feira (02/06), por aplicar golpes relacionados a crédito consignado, estimados em R$ 3 milhões, a servidores da educação. A prisão da quadrilha foi efetuada em Manaus pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), durante a Operação Lousa Negra.

Conforme o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, os suspeitos coletavam informações referentes à margem consignável de professores e, de posse desses dados, falsificavam documentos e aliciavam pessoas para se passarem pelas vítimas em agências bancárias, onde realizavam contratos fraudulentos de empréstimo.

“Parte da quadrilha atuava como correspondente bancário, facilitando a abertura de contas e o encaminhamento dos processos de crédito consignado. Gerentes de agências bancárias da capital autorizavam os pagamentos dos empréstimos e recebiam comissões oriundas dos valores desviados”, informou o delegado.

Ainda segundo Túlio, a maioria das transações era autorizada de forma irregular por esses gerentes, que deliberadamente deixavam de submeter os pedidos aos comitês internos de análise financeira das instituições, favorecendo o grupo criminoso. “Isso possibilitava o recebimento dos valores por meio de um procedimento simplificado conhecido como ‘clique único’, que dispensava o comparecimento presencial nas agências, sendo operacionalizado por meio de aplicativo bancário”, relatou.

Entre os presos estão três correspondentes bancários, além de um gerente de banco e um pastor. Alan Douglas, gerente de uma instituição bancária privada em Manaus, também preso durante a operação, já é investigado em outro inquérito policial, relacionado a um golpe milionário envolvendo a liberação irregular de financiamentos e de limites em cartões de crédito para a aquisição fraudulenta de veículos.

De acordo com o delegado, o pastor John Harry, juntamente com Luiz Roberto Lima Fonseca e Manoel Moreno, atuava como corretor. Eles eram responsáveis por receber documentos falsificados e intermediar, com os titulares dos correspondentes bancários, a abertura de contas e o envio da documentação aos gerentes que autorizavam os empréstimos.

“Jean Fábio, Samuel da Costa Matos e Marcos Pitter atuavam como correspondentes bancários e tinham a função de intermediar com o gerente Alan Douglas a concessão fraudulenta de crédito consignado. Em um ano, a quadrilha movimentou mais de R$ 3 milhões”, contou.

As vítimas só tomavam conhecimento dos golpes cerca de dois meses após a contratação fraudulenta, quando os descontos começavam a aparecer em seus contracheques, referentes aos empréstimos que jamais solicitaram.

Procurados

Continuam foragidos: Pablo Kzar Andrade Costa, Peter Kalil Andrade Costa, Rafael Bruno Lima de Souza e William da Rocha Bezerra, conhecido como “Sombra” (fotos em anexo); além de Manoel David Miranda de Melo, Crisney Uchôa Correia e Marcos Pitter Lemos da Silva, que não possuem imagens.

Denúncias podem ser feitas pelos números (92) 99118-9177, disque-denúncia do 1º DIP, ou pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). “A identidade do denunciante será preservada”, afirmou Cícero Túlio.

Procedimentos

Todos responderão pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, falsa identidade, falsificação de documentos públicos e particulares, estelionato e uso de documentos falsos. Os presos serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição do Poder Judiciário.

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