Manaus (AM) – Após um mês de investigação, a polícia desarticulou, na sexta-feira (17/5), uma quadrilha que utilizava empresa de tecnologia para coletar dados pessoais de professores da rede pública de ensino do Amazonas para obter empréstimos em bancos e financeiras. Cinco suspeitos foram presos e dois estão foragidos. Estima-se que bando faturou quase milhão de reais com os golpes.
Os presos foram identificados como Arthur da Silva Cardoso; Gabriela dos Santos Pedroso; Kelly Suellen da Silva Alzier; Manoel Franco de Melo Filho, o Manoelzinho”, e Marcelo Marques Sales, o “Professor”. Eles chegaram a faturar R$ 800 mil, fazendo empréstimos com documentos falsos de aproximadamente 200 professores da rede estadual de ensino.
Conforme o titular do 1º DIP, delegado Cícero Túlio, as investigações em torno do caso iniciaram há um mês, o que foi comprovado que o grupo atuava a pouco mais de um ano cometendo esse crime contra os servidores. E, no final da tarde de sexta-feira foi possível localizar os suspeitos e prendê-los.
“O grupo se dividia em diversos núcleos operacionais, sendo um deles responsáveis pelos furtos das identidades deixadas em setores de achados e perdidos de instituições públicas e privadas. Em seguida, falsificavam os documentos e, após isso, outros membros iam as agências bancárias para realizar os empréstimos”, disse Cícero Túlio.
Segundo o delegado, também existia um núcleo onde o grupo criminoso atuava junto a uma empresa de tecnologia s a fim de coletar os dados pessoais dos servidores públicos, o que facilitava nas realizações dos empréstimos.
“A ação teve como intuito sete alvos o que resultou na prisão desses cinco indivíduos. Dois deles estão na qualidade de foragidos, sendo Luan Maia Macedo e Rafael Brasil, conhecido como “Rafa do PCC”, investigado também por realização de documentos vinculados ao tráfico de drogas, com a finalidade de traficantes saírem do Estado com facilidade”, salientou.
Modus Operandis
Cícero Túlio esclareceu que as investigações concluíram que o grupo criminoso se subdividia em cinco núcleos. Sendo um responsável por realizar furtos dos Registros Geral (RGs) em setores de achados e perdidos de instituições públicas, e realizar as falsificações de documentos a partir da manipulação dos papéis furtados
“O responsável por resgatar as senhas de autorização de empréstimos consignados junto a empresas de administração de cadastros dos servidores. E havia outro departamento que atuava diretamente nas agências utilizando a documentação falsa para abrir contas bancárias e conseguir os empréstimos “, pontuou.
De acordo com a autoridade policial, havia um setor que, para escoar os valores, transferia os recursos recebidos via PIX para empresas de fachada criadas para lavagem de dinheiro.
Marcelo Sales, o “O Professor”, já havia sido preso em abril do ano passado suspeito de integrar uma quadrilha especializada em roubos a residências, além de ter sido investigado em crimes de homicídios.
Manoel Franco, o “Manoelzinho”, é considerado o maior falsificador de documentos do Estado do Amazonas, respondendo atualmente a 19 processos criminais. Ele já havia sido preso em 2019, durante a operação Estelião, deflagrada pela Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículo (DERFV) que desarticulou uma quadrilha responsável por falsificar documentos para realizar contratos fraudulentos de locação de veículos que eram encaminhados para outros Estados.