Brasília (DF) – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), recomendará ao governo que dê prioridade a atender as regiões de Manaus (AM) e Boa Vista (RR) em seus futuros leilões de transmissão. A informação foi confirmada por Marcos Vinicius Farinha, superintendente adjunto de Transmissão da EPE.
A “solução estrutural” para atendimento dessas regiões consta entre 25 empreendimentos futuros estudados pela EPE, mencionados em seu Programa de Expansão da Transmissão (PET).
Segundo o superintendente, as regiões apresentam “elevada complexidade técnica e socioambiental para implantação de novos empreendimentos de transmissão”. Apesar disso, serão recomendadas “extensas linhas de transmissão e novas subestações de energia visando prover um aumento na confiabilidade do atendimento às capitais”.
O estado de Roraima é o único não conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de termelétricas e uma pequena central hidrelétrica. A gestão federal trabalha nas obras do Linhão do Tucuruí, no trecho Manaus-Boa Vista, e quer concluí-las até setembro de 2025.
Um dos principais objetivos da “priorização” é levar energia limpa e renovável à região. As termelétricas, que geram energia a partir da queima de óleo diesel, a gás natural e biomassa, são consideradas sujas, visto suas emissões de carbono.
Também de olho na transição energética, outra das prioridades nos leilões futuros será nova a expansão da capacidade de exportação da região Nordeste. Esses estudos, segundo Farinha, vão também avaliar o desempenho elétrico de diferentes tecnologias de transmissão.
“Essa será última etapa de um conjunto de estudos de planejamento que visam possibilitar o escoamento dos montantes de oferta de geração previstos para se concretizar nas regiões Norte e Nordeste, bem como proverá segurança elétrica para o atendimento à demanda do SIN”, aponta.
O PET, além de mencionar os planos para o futuro, traz o conjunto de empreendimentos recomendados em estudos de planejamento concluídos até novembro de 2023. Leilões previstos para os próximos anos vão cortar 16 estados e gerar R$ 56 bilhões em investimentos.