Manaus (AM) – Um grupo de 18 estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Técnica de Viena, na Áustria, visitou nesta segunda-feira (7) a sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Acompanhados pelo professor e arquiteto Marcus Tomaselli, a visita fez parte de um roteiro do grupo pelo Brasil com foco em projetos arquitetônicos relevantes em diferentes regiões do País.
Projetado por Severiano Mário Porto em 1971, o consagrado “arquiteto da Amazônia”, o edifício da Suframa teve a construção inaugurada em 31 de janeiro 1974. É considerado um ícone arquitetônico que simboliza a consolidação do Polo Industrial de Manaus. Durante a visita, o grupo foi recebido pelo administrador, com formação também em arquitetura, e servidor da Coordenação-Geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Adamilton Mourão, que apresentou um breve histórico da região, desde o ciclo da borracha até a criação da Zona Franca, ressaltando o papel do edifício como símbolo do início do PIM.
Com suas cúpulas de concreto armado que utilizam o chamado “efeito chaminé” para ventilação — uma solução que alia sustentabilidade e funcionalidade —, a obra rompe com o tradicional uso da madeira da época, material recorrente nos projetos de Porto, e se impõe como um manifesto da durabilidade e da ambição do projeto Zona Franca.
O professor Marcus Tomaselli explicou o interesse pela obra de Severiano Porto. “Severiano Porto é um arquiteto muito famoso, especialmente aqui em Manaus. Eu o conheci em uma conferência no Chile e, desde então, tive a certeza de que era absolutamente necessário ver seus projetos de perto. Ficamos muito surpresos com o estado de conservação do prédio da Suframa, mesmo após a reforma após o incêndio dos anos 90. As cúpulas, com seu sistema de ventilação natural, são uma solução extremamente inteligente para o clima amazônico”, afirmou o professor.
Manaus foi a primeira parada da excursão do grupo pelo Brasil, Além da sede da Suframa, o grupo visitou outras construções na cidade, incluindo edifícios históricos, a Universidade Federal do Amazonas e o Museu da Amazônia, além de realizar um passeio de barco pela região.