Falsa médica utilizava identidade de profissional verdadeira em Manaus

Sophia Dib descobriu a fraude ao receber notificação do CRM sobre emissão de atestados falsos; suspeita atendia pacientes sem ter formação médica
(Foto: Reprodução)

Manaus (AM) – A médica Sophia Dib teve sua identidade utilizada de forma criminosa por uma mulher que se passava por cardiopediatra em Manaus. A fraude foi descoberta após Sophia receber uma notificação do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), alertando sobre a emissão de atestados médicos suspeitos em seu nome.

Segundo relato da médica ao programa Encontro com Patrícia Poeta, os atestados tinham carimbo com seu nome e número de registro, mas a caligrafia não correspondia à sua, e ela nunca havia atendido os pacientes em questão. Diante da situação, Sophia registrou boletim de ocorrência e colaborou com as investigações.

A suspeita foi identificada como Sophia Livas de Morais Almeida, profissional de Educação Física, que atuava ilegalmente como médica. Ela foi presa na segunda-feira (19), dentro de uma academia na capital amazonense. Sem qualquer formação em Medicina, a mulher atendia crianças com doenças cardíacas graves e gestantes com fetos cardiopatas, se apresentando como especialista em cardiopediatria.

Além do exercício ilegal da profissão, Sophia Livas afirmava ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o que teria facilitado seu acesso a ambientes institucionais, incluindo o Ministério da Saúde, em Brasília. A Prefeitura de Manaus negou qualquer vínculo familiar com a investigada.

O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) também emitiu nota oficial, esclarecendo que a suspeita nunca atuou na unidade e que não há registros de atendimentos realizados por ela. Mesmo assim, atestados e receitas falsificadas com a assinatura da falsa médica circularam nas redes sociais.

O caso gerou preocupação entre autoridades e profissionais da saúde, especialmente após a recente prisão de outro falso médico, Gabriel Ketzer da Silva, de 28 anos, que também atuava ilegalmente no estado.

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