Há quase um ano, o espião russo Sergey Cherkasov foi preso no Brasil, onde vivia com uma falsa identidade de um brasileiro —o nome inventado era Viktor Muller Ferreira. Ele já foi condenado a uma pena de 15 anos de prisão por uso de documento falso.
Agora, esse espião também enfrenta processos nos Estados Unidos —na semana passada, o FBI, o órgão de inteligência dos EUA, publicou um relatório em que indicia Cherkasov por crimes. O texto também descreve como o espião atuava no Brasil e como era a sua vida aqui.
Apesar das acusações nos EUA, os americanos não decidiram ainda se vão pedir ao Brasil para extraditá-lo.
A própria Rússia tem um pedido de extradição em andamento na Justiça brasileira. Os russos afirmam que Cherkasov é um traficante de drogas, e ele mesmo afirmou que quer ser extraditado para a Rússia para responder esse suposto crime lá (leia mais abaixo).
O jornal “Washington Post” ouviu autoridades americanas que o indiciamento na Justiça dos EUA pode dificultar uma eventual extradição de Cherkasov para a Rússia.
De qualquer maneira, no último dia 18 de março, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o pedido de extradição só será avaliado após o fim das apurações sobre os supostos crimes cometidos no Brasil.
Relembre o caso
A identidade real de Sergey Cherkasov foi revelada em 1º de abril de 2022. Ele havia viajado do Brasil para a Holanda para começar a trabalhar como estagiário no Tribunal Penal Internacional, em Haia, como se fosse brasileiro.
A Rússia não faz parte do Tribunal Penal Internacional, e, com a guerra na Ucrânia, a Corte de Haia recebeu diversos pedidos de processo contra o governo russo —recentemente, até mesmo emitiu um mandado de prisão contra o presidente Vladimir Putin.
Enviado de volta ao Brasil, Cherkasov foi preso na carceragem da Polícia Federal em São Paulo em abril de 2022.
Fonte: g1