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Governo quer estender Desenrola até março; programa já renegociou R$ 29 bilhões em dívidas

Secretário da Fazenda disse que governo enviará MP ao Congresso para acabar com necessidade de cadastro no gov.br
Foto: Reprodução

Brasília (DF) – O programa Desenrola, do governo federal, já possibilitou a renegociação de R$ 29 bilhões em dívidas de 10,7 milhões de pessoas, informou nesta quarta-feira (6) o Ministério da Fazenda.

De acordo com Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, o governo federal quer estender o programa, que termina no fim deste ano, por mais três meses, até março de 2024.

“A população está interessada em renegociar suas dívidas. A gente ainda tem uma grande oportunidade pela frente. O número de pessoas que ainda não visitaram plataforma, e tem benefícios lá, ainda é muito grande”, disse o secretário Marcos Pinto.

Ele informou que o governo enviará uma Medida Provisória ao Congresso Nacional, nas próximas semanas, prevendo a extensão por três meses.

E, também, para eliminar a necessidade de que a população tenha cadastro no sistema gov.br, em nível ouro ou prata, para ter acesso à plataforma online de renegociações.

Segundo o secretário, a equipe econômica vai trabalhar junto com os bancos, e com a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), para desenhar uma solução que não exija mais a necessidade de ter os certificados na plataforma gov.br.

Marcos Pinto, do Ministério da Fazenda, também informou que a equipe econômica pretende manter a plataforma de renegociação disponível de forma permanente mesmo após o fim do programa Desenrola. O objetivo é facilitar as renegociações entre credores e devedores no futuro.

Após o fim do Desenrola, entretanto, não haverá mais limite para a taxa de juros nas renegociações e nem um fundo garantidor – que assegure eventual inadimplência que venha a acontecer nesses financiamentos.

“A gente não pretende manter o apoio do fundo garantidor, mas a gente pretende manter a plataforma disponível. Nos surpreendeu o número de renegociações à vista. Como o valor das dívidas é pequeno, muitas vezes o credor quer dar o desconto e o devedor estaria disposto a fazer o pagamento. Mas eles não se encontram e custa caro eles se encontrarem. A plataforma é o legado”, explicou Marcos Pinto.

Alguns dados do Desenrola

Fase 1 (dívidas de até R$ 100 com bancos)

  • 7 milhões de pessoas atendidas (dívidas até R$ 100)
  • 2,7 milhões de pessoas atendidas (outras dívidas)

Fase 2 (dívidas bancárias e não bancárias — como contas de luz, água, varejo, educação, entre outros, por meio de plataformas)

  • 1 milhão de pessoas atendidas
  • R$ 5 bilhões em dívidas renegociadas

Dados Gerais

  • Ticket médio de renegociação do Desenrola: À vista R$ 248 / Parcelado R$ 791
  • Média dos descontos: À vista 90% / Parcelado 85%
  • Média dos juros: Parcelado 1,8%
  • Média de quantidade de parcelas: 11 parcelas
  • Percentual de pagamentos (à vista): 75% Pix / 25% Boleto
  • Percentual de pagamentos (parcelado): 91% Boleto / 9% Débito Automático
  • Média de tempo para concluir a renegociação: 4 min 08s

Ranking dos setores com mais renegociações

  1. Serviços financeiros (R$ 3.3 bi)
  2. Securitizadoras (R$ 513 mi)
  3. Conta de luz (R$ 143 mi)
  4. Comércio (R$ 213 mi)
  5. Construtoras / Locadora de Veículos / Cooperativas (R$ 43 mi)
  6. Educação (R$ 53 mi)
  7. Conta de telefone (R$ 28 mi)
  8. Conta de água (R$ 8 mi)
  9. Empresa de Pequeno Porte/Microempresa (R$ 4 mi)

Fonte: g1

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