As imagens do circuito de segurança são fortes (veja vídeo). Elas mostram o momento em que um grupo de torcedores do Atlético-MG invade um bar, em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. No local estavam dois torcedores do Cruzeiro. Eles foram surpreendidos pelos suspeitos e agredidos. O caso ocorreu no último domingo (19).
O registro mostra que as duas vítimas estavam com uniformes de uma torcida organizada ligada ao time cruzeirense. Estavam acompanhadas de cinco mulheres, duas delas, com crianças.
Ataque
Um dos rapazes acende um cigarro. Segundos depois, olha para trás. É o momento em que os homens ligados à Galoucura, torcida organizada atleticana, invadem o local e partem direto para a agressão.
O primeiro rapaz é atingido duas vezes no rosto. Um golpe de cada suspeito. Ele cai no chão e continua sendo agredido. A outra vítima se agarra às grades da varanda e tenta se defender dos ataques. Ao mesmo tempo, o cruzeirense que foi ao chão passa a ser o foco das agressões de quatro atleticanos.
Ele consegue se levantar e tenta se defender. Em seguida, se afasta dos suspeitos. A câmera mostra o momento em que um dos suspeitos usa uma cadeira de madeira do bar e joga contra a vítima mais de uma vez. Ele é acompanhado por outros dois atleticanos e repete o lançamento de cadeira contra a mesma vítima.
O homem ainda tenta fugir pulando a grade, mas é puxado pelos agressores. Ele volta a ser violentamente agredido até cair ao chão. O local é considerado um “ponto cego” para a câmera, que não registra a sequência das agressões contra essa vítima.
Ao mesmo tempo, a segunda vítima, que se agarrava às grades, é puxada por outro agressor. Uma mulher tenta intervir na confusão e acaba agredida por outro homem, de camisa rosa. Este homem puxa o torcedor cruzeirense até retirar a camisa do corpo dele. Ele joga a camisa ao chão e foge em seguida.
Sem camisa, a segunda vítima tenta amparar o amigo cruzeirense que foi agredido enquanto estava no chão. Os dois homens que batiam nele começam a correr em direção à saída. Um deles, vestido de camisa preta, ainda pega uma garrafa sobre uma mesa e foge.
Testemunhas contaram que a confusão começou devido à rivalidade do futebol. O grupo atleticano fez gritos em menção à Galoucura e partiu para o ataque, sem qualquer confusão anterior.
Ainda de acordo com frequentadores, a Polícia Militar foi acionada. Porém, quando os policiais chegaram ao local, os suspeitos já tinham fugido.
Dois homens foram identificados. Andrey Filipe Gomes do Carmo, embora não tenha cadastro regularizado, está expulso da torcida organizada. Rodrigo Miranda de Castro, líder da Galoucura em Sete Lagoas, foi suspenso por três meses.
A Galoucura disse em nota que repudia “qualquer ato ou atitude que venha prejudicar o andamento de nossa entidade”.
A reportagem procurou a Polícia Militar, mas a corporação informou não ter registro de ocorrência em nome deles no último domingo (19).
O g1 também procurou a Polícia Civil para informações sobre a investigação do caso e e recebeu um retorno às 10h49 desta terça-feira (21). Leia na íntegra abaixo:
“Sobre uma briga que envolveu torcedores do Atlético-MG e do Cruzeiro, ocorrida no domingo (19), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que instaurou inquérito policial para apuração dos fatos. A investigação, que ficará a cargo da Delegacia Regional de Sete Lagoas, visa identificar os suspeitos para a devida responsabilização criminal. Por ser supostamente crime previsto no Código Penal (art. 137 – participar de rixa, salvo para separar os contendores), a ação penal pública é incondicionada, ou seja, não precisa de manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada. Além disso, há conexão com o Estatuto do Torcedor.”
Fonte: G1
