Gaza – O Hamas publicou um vídeo no último domingo (14) mostrando três reféns que supostamente mantém em Gaza. Em 37 segundos, eles pedem para que o governo de Israel pare com os ataques contra o grupo terrorista. A medida, segundo os sequestrados, poderia garantir a libertação deles.
O vídeo sem data mostram os reféns: Noa Argamani, de 26 anos, Yossi Sharabi, de 53 anos, e Itai Svirsky, de 38 anos. E termina com a informação de que o Hamas informará o destino deles nesta segunda-feira (15).
Até a publicação desta reportagem, nenhum destino foi informado. Vale lembrar que no início da guerra, o Hamas ameaçou executar reféns em retaliação aos ataques militares israelenses.
As autoridades israelenses geralmente se recusaram a responder às mensagens públicas do Hamas sobre os reféns, classificando-as como uma guerra psicológica.
Hagar Mizrahi, oficial forense do Ministério da Saúde de Israel, disse à TV local em 31 de dezembro que as autópsias de reféns mortos que foram recuperados encontraram causas de morte inconsistentes com o relato do Hamas de que haviam morrido em ataques aéreos.
Mas Israel também deixou claro que está ciente dos riscos da sua ofensiva para os reféns e está tomando os devidos cuidados.
“A operação militar leva tempo. Ela nos obriga a ser precisos e estamos adaptando-a de acordo com as ameaças e os reféns que estão no campo”, disse o porta-voz chefe das Forças Armadas, contra-almirante Daniel Hagari, no domingo.
Das cerca de 240 pessoas capturadas pelo Hamas, cerca de metade foram libertas numa trégua de novembro. Israel diz que 132 permanecem em Gaza e que 25 deles morreram no cativeiro.
A crise dos reféns deixou Israel atordoado pelo pior ataque da sua história. Alguns familiares dos reféns apelaram ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que estabelecesse outra trégua ou mesmo cancelasse a guerra.
Ele prometeu continuar lutando até que o Hamas seja destruído, o que, segundo ele, permitiria a libertação dos reféns.
No mês passado, Netanyahu disse no parlamento que pediu a Pequim que ajudasse a libertar Argamani, cuja mãe Liora é chinesa. Sofrendo de uma doença terminal, Liora Argamani apelou para se reunir com sua filha antes que ela morra.
Ataques em Gaza e Tel Aviv
Forças israelenses bombardearam alvos no sul, no norte e no centro de Gaza nesta segunda-feira, antes do anúncio do Hamas sobre o destino de três israelenses mantidos reféns.
Doze palestinos foram mortos e outros feridos em um ataque aéreo israelense durante a noite contra uma casa na cidade de Gaza, no norte, disseram autoridades de saúde, enquanto nuvens de fumaça subiam acima da principal cidade de Khan Younis, no sul, bombardeada por tanques israelenses.
Além disso, dois palestinos realizaram ataques coordenados com carros no centro de Israel, matando uma mulher e ferindo outras 12 pessoas, disseram autoridades policiais e médicas.
A polícia descreveu o incidente em Raanana, ao norte de Tel Aviv, como um ataque terrorista e disse que dois suspeitos estavam presos.
Os dois são da mesma família de Hebron, uma cidade na Cisjordânia ocupada, e entraram ilegalmente em Israel, disse a polícia. “Eles saíram juntos e em paralelo, para dois locais diferentes, pegaram dois carros e lançaram uma série de ataques”.
Texto: g1