Manaus (AM) —Motivado por vingança, um homem, 36, torturou, sequestrou, agrediu e estuprou a ex-companheira dele, 35. Ele, que chegou a raspar os cabelos da vítima, foi preso no domingo (27/4) pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM) Centro-Sul, com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM), em um motel no bairro Tarumã, zona Oeste.
De acordo com a delegada Patrícia Leão, titular da DECCM Centro-Sul, o infrator atraiu a vítima sob o falso pretexto de lhe preparar uma surpresa, conduzindo-a até um motel. No local, o agressor praticou sucessivos atos de violência sexual, física e psicológica, além de forçá-la à ingestão de substâncias entorpecentes.
“Ontem, por volta das 8 horas da manhã, a tia do agressor e o pai da vítima compareceram à delegacia para informar que ela estava desaparecida desde a manhã de sábado. O agressor, por volta da meia-noite, passou a enviar mensagens e vídeos nos quais aparecia raspando o cabelo da vítima”, detalhou a delegada.
Segundo a autoridade policial, a equipe do Plantão 2, de forma célere e eficiente, acionou o setor de inteligência da Polícia Civil e também a Core-AM para dar apoio às diligências.
Após um trabalho investigativo minucioso, foi possível localizar a vítima no motel, em estado de extrema vulnerabilidade, com múltiplas lesões corporais, cabelos raspados e evidentes sinais de tortura. Em depoimento, ela relatou que foi forçada pelo suspeito a ingerir bebidas alcoólicas e a consumir substâncias entorpecentes.
“Trata-se de um crime bárbaro, que merece total repúdio. É importante destacar que ele foi muito ardiloso, pois conseguiu atrair a vítima sob o pretexto de lhe fazer uma surpresa. Depois de vendar os olhos da vítima, alegando que preparava algo especial, quando, na verdade, agia motivado por vingança. Indignado pelo fato de a vítima já estar seguindo sua vida e conhecendo uma nova pessoa, planejou e executou o crime”, relatou Patrícia Leão.
O delegado Juan Valério, coordenador da Core-AM, informou que foi uma ação de risco, pelo fato de a equipe policial não saber em que condições a vítima se encontrava e se o infrator possuía alguma arma de fogo. O estabelecimento deu apoio para que fosse estudada a planta do local e assim possibilitar a chegada de maneira furtiva, evitando que o autor esboçasse qualquer tipo de reação contra a vítima.
“Conseguimos adentrar o local. No momento, apesar de nos identificarmos como policiais, ele ainda esboçou reação durante a sua prisão; tivemos que mobilizá-lo. Cabe ressaltar que o local em que nós entramos era uma verdadeira cena de horror. No momento, ela estava na cama, desacordada. O quarto apresentava muito sangue, vômito e fezes, ou seja, ele permaneceu ali por mais de 24 horas espancando essa mulher”, complementou Juan Valério.
O homem responderá pelos crimes de lesão corporal, tortura, sequestro, cárcere privado e estupro. Ele será submetido à audiência de custódia e permanecerá à disposição do Poder Judiciário.
