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Indústria de Duas Rodas desenha plano de ação para encarar a seca no Amazonas

Estoque maiores e a busca por rotas alternativas foram alguns movimentos que as empresas fizeram para sofrer menos do que em 2023
Produção de motocicletas na Zona Franca de Manaus — Foto: Abraciclo

Manaus (AM) – Para não repetir o ano passado, quando a produção de algumas fábricas de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) precisou ser paralisada por causa das fortes secas que atingiram o Amazonas e fizeram baixar o nível dos rios, por onde trafega boa parte das mercadorias, as fabricantes montaram plano de ação para encarar a situação, uma vez que a estiagem deste ano tende a ser tão severa quanto a última. 

A ausência das chuvas já começou a ser sentida e a expectativa é de que siga até o mês novembro.

Algumas medidas foram tomadas para contornar a situação. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Bento, os estoques de componentes foram elevados e o fluxo logístico da chegada de peças, bem como o escoamento da produção, foi alterado. “Sentiremos os efeitos da seca mas o impacto deverá ser menor do que o do ano passado”.

Diante deste plano de contigência, com base no cenário de 2023, as empresas esperam não precisar lançar mão de nenhuma paralisação ao longo do ano e pretendem cumprir o planejamento de produção para o segundo semestre, diante de um mercado aquecido. De toda forma a estiagem já elevou os custos logísticos e podem afetar os preços finais das motocicletas.

Ajuda do poder público

O Governo do Estado do Amazonas criou comitê de crise para monitorar de perto a situação e, se necessário, tomará medidas que possam ajudar as empresas instaladas na região – fabricantes de outros segmentos, como de eletrônicos, também produzem na Zona Franca. 

Segundo a Abraciclo medidas importantes foram anunciadas, como a liberação de licenças ambientais para a instalação de portos flutuantes entre Itacoatiara e a enseada do Rio Madeira. Elas têm como objetivo tornar viável o transporte e o recebimento de insumos para empresas de Manaus, além de escoar a produção.

O Governo Federal também tem acompanhado a situação e anunciou medidas para ajudar as empresas e a população local durante o período de seca, como a publicação de editais para contratação das dragagens de trechos dos rios Amazonas e Solimões. A expectativa é que o serviço de dragagem, fundamental para garantir a navegabilidade dos rios, seja iniciado nos próximos dias, realizado pelo Ministério de Portos e aeroportos.

Todas as medidas anunciadas pelo governo federal e do Estado têm a intenção de mitigar os efeitos da estiagem na economia e na sociedade, garantindo a normalidade das operações industriais na ZFM, Zona Franca de Manaus. 

“Nós mandamos ao governo as nossas demandas caso a seca fosse igual ou parecida com a do ano passado, para que eles pudessem tomar as medidas para termos um maior controle da situação, assim como do preço dos fretes, algo que nos atingiu fortemente no ano passado. Também fizemos tudo que era possível como indústria, buscando alternativas logísticas e elevando o estoque de peças”, afirmou Marcos Bento, da Abraciclo. 

A reconstrução da BR 319, rodovia federal que liga Manaus a Porto Velho (RO), é uma demanda de anos da Abraciclo e que se intensificou depois da seca de 2023, para que o Polo Industrial de Manaus ganhe uma nova alternativa para o escoamento da produção. 

O cenário de seca previsto para 2024 foi um dos fatores levados em consideração para que a Abraciclo não revisasse para cima as suas projeções de produção e vendas ao término do primeiro semestre, bem como a tragédia climática no Sul. A entidade estima que em 2024 sejam produzidas 1 milhão 690 mil motocicletas, alta de 7,4% sobre 2023. No varejo a projeção é de 1,7 milhão de unidades emplacadas, incremento de 7,5% na comparação com o ano passado, e as exportações deverão crescer 6,3%, 35 mil unidades.

Fonte: AutoData

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