Search
Close this search box.

Israel ignora decisão da Corte Internacional de Justiça e bombardeia Rafah, no sul de Gaza

Foto: Reprodução

Israel – Um dia após a Corte Internacional de Justiça determinar que Israel interrompa todas as operações militares em Rafah, no sul de Faixa de Gaza, o país desrespeitou a ordem e bombardeou a região. Câmeras flagraram fumaça preta em vários pontos da cidade.

A Corte é o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para julgar disputas entre Estados. Na sexta-feira (24), o órgão determinou não só o fim das operações em Rafah, mas também a permissão da entrada de ajuda humanitária.

São decisões que deveriam obrigatoriamente ser obedecidas, apesar de o tribunal não dispor de força policial para garantir o cumprimento delas.

Desde que a Corte se pronunciou, Israel deixou evidente que, ao menos por enquanto, não mudará de postura e continuará os ataques.

O governo israelense disse que as justificativas apresentadas pelo órgão da ONU são “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha militar “não levou e não vai levar à destruição da população palestina civil em Rafah”.

Afirmou também e que continuará sua operação na cidade “respeitando o direito internacional”. Para o ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, a ordem de interromper os ataques é “uma demanda para que Israel não exista”.

A sentença da Corte foi proferida diante de um pedido de emergência apresentado pelo governo da África do Sul, ao tribunal, sediado em Haia, na Holanda. O governo sul-africano acusa as forças israelenses de genocídio, o que Israel nega e alega legítima defesa.

O líder da oposição de Israel, Yair Lapid, também criticou a medida da CIJ, que chamou de um “colapso moral e um desastre moral” por não determinar também que o Hamas devolva todos os reféns.

Na quinta-feira (23), um porta-voz do governo israelense disse que qualquer sentença não teria “nenhum poder na Terra impedirá Israel de proteger seus cidadãos e de perseguir o Hamas em Gaza”.

Israel lançou a ofensiva à cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, no início deste mês, apesar da forte pressão contrária da comunidade internacional, inclusive dos Estados Unidos. Isso porque havia um temor de um massacre, já que Rafah é considerada o “último refúgio” de palestinos que fugiram de incursões de Israel no norte e no centro do território palestino.

Atualmente, há cerca de 1,5 milhão de pessoas em Rafah, mais da metade da população total da Faixa de Gaza.

A cidade, que faz fronteira com o Egito, também tem sido a principal rota de entrada de ajuda — já que as outras vias de saída de Gaza, todas em fronteiras com Israel, foram fechadas no início da guerra entre Israel e o Hamas.

No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou os pedidos externos e alegou que Rafah é também o último bastião de poder do Hamas, e, por isso, seguiria até o fim com seu plano.

Os advogados da África do Sul pediram ao Tribunal Internacional de Justiça, na semana passada que impusesse medidas de emergência. A CIJ, também conhecida como Corte Mundial, é o órgão máximo da ONU para ouvir disputas entre estados. As suas decisões são finais e vinculativas, mas foram ignoradas no passado. O tribunal não tem poderes de execução.

A decisão do CIJ deve aumentar ainda mais a pressão diplomática sobre o governo de Benjamin Netanyahu.

Na segunda-feira (20), o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional – outra corte da ONU, também com sede em Haia – pediu aos juízes que emitam mandados de prisão contra Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, além de três líderes do Hamas.

O procurador do TPI, Karim Khan, acusou Netanyahu e Gallant de crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo extermínio, uso da fome como arma e ataque deliberado a civis. Israel negou veementemente essas acusações e apelou aos aliados para repudiarem o tribunal.

Fonte: g1

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *