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Justiça confirma que PM preso pelo assassinato do lutador Leandro Lo tem direito a receber salários de forma integral

Estado replicou que decisão de receber salário não era justa, mas juiz decidiu que não receber ‘consistiria em antecipação de eventual condenação’.
Lutador Leandro Lo (à esquerda) e PM Henrique Velozo (à direita), acusado de matar Lo — Foto: Reprodução

São Paulo (SP) – O policial militar Henrique Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, teve confirmado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo o direito de receber os salários integralmente e, também, o pagamento dos retroativos, desde agosto 2022, com juros e correção, mesmo estando em prisão provisória. Atualmente, o policial está aguardando o julgamento.

“A decisão ressaltou que a supressão de vencimentos consiste em antecipação de condenação, o que é vedado pela Constituição Federal”, avaliou o advogado de Velozo, Tiago Binati.

Além da garantia do pagamento dos vencimentos do policial, o juiz ainda determinou que “seja considerado o período de segregação cautelar para fim previdenciário (aposentadoria e inatividade)”.

“Com relação ao processo criminal o juiz irá decidir sobre a remessa ou não do caso ao tribunal do júri. Pela especificidade desse caso, ele irá ser julgado pelo tribunal do júri. E no plenário do tribunal do júri irá se decidir se ele é culpado ou inocente”, disse o advogado Cláudio Dalledone.

O caso deve ser levado ao júri popular e, então, será decidido se o tenente é ou não culpado, segundo o advogado, Cláudio Dalledone.

“Pela especificidade desse caso, ele irá ser julgado pelo tribunal do júri. E no plenário do tribunal do júri irá se decidir se ele é culpado ou inocente”, disse Dalledone.

Em abril deste ano, o TJ já havia decidido que Velozo deve continuar a receber os vencimentos, quando respondeu ao pedido de suspensão dos pagamentos feito pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo.

A justificativa para que o policial continue recebendo salário é que “sem que haja trânsito em julgado, [não receber] consistiria em antecipação de eventual condenação, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico, por violar o princípio da não culpabilidade, bem como o da irredutibilidade dos vencimentos”.

O estado, no entanto, disse que não seria justo que ele receba sem estar exercendo a função profissional e que isso não seria “condenação antecipada”.

Cabe recurso à decisão.

Histórico do caso

O tenente Henrique Velozo foi ouvido pela primeira vez em 23 de maio e, depois de depor, pediu ao juiz que fosse retirado o segredo de Justiça do caso porque, segundo o advogado, “a sociedade realmente precisa saber o que aconteceu”.

Em abril, o Tribunal da Justiça de São Paulo decidiu que o Policial Militar continuaria recebendo salário. O pedido de suspensão dos pagamentos foi feito pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e, como justificativa para que continuasse a receber, a defesa do policial afirmou que suspender os pagamentos comprometeria a renda familiar.

O crime foi registrado em 7 de agosto de 2022. Leandro morreu após ser baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio. O PM se entregou à Corregedoria e está detido no presídio militar Romão Gomes.

Denúncia por homicídio

O PM Velozo se tornou réu pela morte do campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo no ano passado. Segundo o g1 apurou, o Ministério Público ofereceu em 30 de agosto a denúncia contra o policial por homicídio triplamente qualificado.

As qualificadoras do homicídio apontadas pelo MP foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.

A denúncia foi aceita pela Justiça, que também decretou no dia 2 de setembro a conversão da prisão temporária de 30 dias do policial para preventiva.

Defesa

O advogado do policial militar afirmou ao g1 em 15 de agosto que o oficial agiu por “defesa” depois que foi cercado por seis lutadores.

Já a defesa de Leandro ressaltou, anteriormente, que o lutador teve uma discussão com o policial e, para acalmar a situação, imobilizou o homem. Após se afastar, o agressor sacou uma arma, atirou uma vez na cabeça do lutador e deu dois chutes em Leandro antes de fugir.

Fonte: g1

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