Lula desembarca na China de olho em oportunidades de negócios

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou neste sábado (10) em Pequim, na China, com o objetivo de fortalecer a relação bilateral entre os dois países e aproveitar o atual cenário de tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A visita oficial se estende até a próxima quarta-feira (14) e inclui reuniões estratégicas e a assinatura de acordos de cooperação.

“Acabo de chegar em Pequim, onde vamos fechar novas parcerias e assinar acordos de cooperação em múltiplas áreas. É mais um grande passo na relação de amizade e proximidade estratégica com a China”, escreveu Lula em uma rede social.

A comitiva brasileira, composta por ministros, autoridades e cerca de 200 empresários, pretende apresentar o Brasil como alternativa viável para abastecer o mercado chinês, especialmente no agronegócio — setor que desponta como principal oportunidade mapeada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que identificou cerca de 400 possibilidades de negócios.

Entre os compromissos oficiais, Lula terá uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, e participará de um seminário com empresários chineses e brasileiros, organizado pela ApexBrasil. O evento, previsto para a próxima segunda-feira (12), tem como foco discutir a ampliação das relações comerciais entre os dois países.

A visita ocorre em um contexto marcado pela intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Desde fevereiro, os americanos impuseram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas. Em resposta, Pequim aplicou uma taxa de 125% sobre produtos norte-americanos e revogou autorizações de frigoríficos dos EUA para vender ao país asiático.

Esse cenário abre espaço para o Brasil se consolidar como fornecedor de produtos antes dominados por empresas americanas. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o país pretende se “apresentar” como alternativa aos frigoríficos desabilitados pelos chineses. Ele integra a comitiva presidencial e tem como uma das metas da viagem avançar na redução da burocracia para registro de produtos biotecnológicos no mercado chinês.

Além dos interesses comerciais, a ida de Lula à China também reforça a intenção do governo brasileiro de consolidar o papel do país no grupo dos Brics. A agenda inclui ainda encontros com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), evidenciando os esforços diplomáticos do Brasil para ampliar sua influência regional e global.

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