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Mãe australiana presa por ter supostamente matado seus 4 filhos é perdoada

Kathleen Folbigg cumpria uma sentença de prisão de 30 anos que expiraria em 2033. Ela teria direito à liberdade condicional em 2028. Seus quatro filhos morreram separadamente e ao longo de uma década.
Kathleen Folbigg durante inquérito de condenações, em 1º de maio de 2019 — Foto: Imagem via AP/Arquivo

New South Wales (EUA) – Uma mulher australiana que passou 20 anos na prisão foi perdoada e libertada nesta segunda-feira (5) com base em novas evidências científicas de que seus quatro filhos morreram de causas naturais, como ela havia insistido nos últimos processos.

Kathleen Folbigg, de 55 anos, foi libertada de uma prisão em Grafton, no estado de New South Wales, nos Estados Unidos, após o perdão concedido pela governadora de New South Wales, Margaret Beazley.

O perdão foi visto como a maneira mais rápida de tirar Folbigg da prisão.

O procurador-geral de Nova Gales do Sul, Michael Daley, disse que o ex-juiz Tom Bathurst o avisou na semana passada que havia dúvidas razoáveis ​​sobre a culpa de Folbigg com base em novas evidências científicas de que as mortes poderiam ter sido de causas naturais.

“Há uma dúvida razoável quanto à culpa da Sra. Folbigg pelo homicídio culposo de seu filho Caleb, a imposição de lesões corporais graves em seu filho Patrick e o assassinato de seus filhos Patrick, Sarah e Laura”, disse Daley aos repórteres.

O ex-juiz conduziu a segunda investigação sobre a culpa de Folbigg, iniciada após uma petição que dizia ser “baseada em evidências positivas significativas de causas naturais de morte” e assinada por 90 cientistas, médicos e profissionais relacionados.

Os promotores reconheceram em seu inquérito em abril que havia dúvidas razoáveis ​​sobre a culpa dela.

Morte dos 4 filhos

Folbigg cumpria uma sentença de prisão de 30 anos que expiraria em 2033. Ela teria direito à liberdade condicional em 2028. Seus quatro filhos morreram separadamente e ao longo de uma década:

  • Seu primeiro filho, Caleb, nasceu em 1989 e morreu 19 dias depois, no que um júri determinou ser o crime menor de homicídio culposo;
  • Seu segundo filho, Patrick, tinha 8 meses quando morreu em 1991;
  • Dois anos depois, Sarah morreu aos 10 meses;
  • Em 1999, a quarta filha de Folbigg, Laura, morreu aos 19 meses.

Evidências descobertas em 2018 de que ambas as filhas carregavam uma rara variante genética CALM2 foram um dos motivos pelos quais o inquérito foi acionado.

A advogada Sophie Callan disse que evidências de especialistas nas áreas de cardiologia e genética indicaram que a variante genética CALM2-G114R “é uma causa razoavelmente possível” das mortes repentinas das filhas.

A miocardite, uma inflamação do coração, também foi uma “causa razoavelmente possível” da morte de Laura, disse Callan.

No caso do segundo filho, a advogada disse que havia “evidência persuasiva de especialistas de que, por uma questão de possibilidade razoável, um distúrbio neurogenético subjacente” causou sua morte súbita.

As evidências científicas deixaram dúvidas se Folbigg teria matado as crianças, disse Callan. A mãe era a única pessoa na casa quando os filhos morreram. Ela disse que descobriu três das mortes durante idas ao banheiro e uma enquanto verificava o bem-estar de uma criança.

Fonte: g1

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