Envira (AM) – Um caso chocante de exploração sexual e tráfico de pessoas veio à tona no município de Envira, localizado a 1.208 quilômetros a sudoeste de Manaus. Uma mulher, cuja idade não foi divulgada, e um homem de 24 anos foram presos na última segunda-feira (24) sob acusações de tráfico de pessoas, abandono de incapaz e estupro de vulnerável. A vítima, uma menina de 11 anos, foi vendida pela própria mãe aos 9 anos de idade por R$100 e, desde então, era submetida a abusos sexuais. A criança deu à luz um bebê na última segunda-feira (24), fruto de um relacionamento abusivo com o padrasto.
De acordo com as investigações, a mãe da vítima entregou a menina ao homem em troca de dinheiro, e ele passou a conviver com a criança, cometendo abusos sexuais. A irmã do suspeito, em depoimento ao Conselho Tutelar, confirmou que a mãe da vítima havia negociado a filha por R$100. Além disso, a mulher é usuária de drogas e, segundo relatos, teria utilizado a menina para quitar dívidas relacionadas ao consumo de entorpecentes.
A situação veio à tona em novembro de 2024, quando a menina foi internada no Hospital de Envira com queixas de mal-estar. Durante os exames, os médicos descobriram que ela estava grávida de oito meses. O caso foi imediatamente comunicado às autoridades, e o Conselho Tutelar iniciou as investigações. Em depoimento, a menina revelou que era forçada a se relacionar com outros homens sob influência da mãe, além de sofrer abusos constantes do padrasto.
O delegado Henrique Maciel, da 66ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Envira, destacou que a mãe da vítima negligenciou a segurança e o bem-estar da filha, permitindo que ela fosse explorada sexualmente desde os 9 anos de idade. O homem, que é apontado como principal agressor, está foragido e é procurado pela polícia.
Ações judiciais
Os dois suspeitos presos responderão pelos crimes de tráfico de pessoas, abandono de incapaz e estupro de vulnerável. Eles já estão à disposição da Justiça, enquanto as investigações continuam para apurar todos os detalhes do caso. A menina e o recém-nascido receberam atendimento médico e estão sob a proteção do Conselho Tutelar e de órgãos responsáveis pela garantia dos direitos da criança e do adolescente.
O caso chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater a exploração sexual infantil e o tráfico de pessoas, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos.