Manaus (AM) – Um vídeo recente trouxe à tona revelações sobre a ONG ‘Pai Resgatando Vidas’ e seu fundador, Cid Marcos Bastos Reis Maia, conhecido como “Pai Marcos”. A organização, que foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), utilizava a vulnerabilidade de moradores de rua para arrecadar doações, que eram desviadas para proveito próprio.
O grupo criminoso foi desarticulado após uma operação policial na terça-feira (7), culminando na prisão de “Pai Marcos”. A polícia identificou que a ONG movimentou mais de R$ 20 milhões entre 2019 e 2024, usando como fachada a ajuda a pessoas em situação de rua. No entanto, a verdade era outra: o dinheiro arrecadado a partir de doações não era destinado aos necessitados, mas sim aos membros do grupo.
Maria Solange, uma ex-usuária de drogas conhecida por ter sido notada por Madonna, foi uma das vítimas da ONG. A organização expôs sua imagem em vídeos e fotos nas redes sociais, utilizando-a para atrair doações. Em um vídeo que se tornou viral em 2020, ela apareceu dançando uma música de Madonna, o que chamou a atenção da cantora. No entanto, Maria Solange revelou que foi forçada a agradecer uma doação de R$ 20 mil, mesmo nunca tendo recebido parte desse dinheiro.
Atualmente, Maria Solange trabalha em uma fábrica de produtos masculinos em Guarulhos, São Paulo, mas ainda sonha em conhecer Madonna. Recentemente, ela realizou um sonho ao assistir a um show da cantora na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde ouviu o hit “Holiday”, o mesmo que havia dançado no vídeo viral.
A operação da polícia desmantelou a ONG ‘Pai Resgatando Vidas’, revelando o uso de redes sociais para arrecadar doações de outros estados e até de outros países, como Bélgica, Alemanha, França e Irlanda. Como resultado da investigação, oito mandados de prisão foram emitidos, envolvendo membros da família de “Pai Marcos”, mas apenas dois deles foram presos; os demais continuam foragidos.
Os crimes imputados aos envolvidos incluem organização criminosa, estelionato, maus-tratos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Além das prisões, a operação também apreendeu armas de fogo e bloqueou as redes sociais da ONG, que foram usadas para manipular a opinião pública e obter fundos de maneira fraudulenta.