Manaus (AM) – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu os dias 20 e 21 de maio para julgar dois militares com passagem pelo Amazonas acusados de envolvimento no suposto plano golpista de 2022. O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e o general Nilton Diniz Rodrigues integram um grupo de 12 acusados que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuaram para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder.
O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima é apontado como um dos elaboradores da chamada “Operação Luneta”, um suposto plano estratégico para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a Polícia Federal (PF), um pen drive encontrado em sua posse continha um documento detalhando ações contra autoridades, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Já o general Nilton Diniz Rodrigues, ex-comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (a 852 km de Manaus), teria participado de reuniões em que o suposto golpe foi discutido. Seu nome surgiu em mensagens apreendidas pela PF, vinculando-o ao núcleo que planejava medidas antidemocráticas.
Originalmente marcado para abril, o processo foi reagendado pelo ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado. A PGR sustenta que os militares deste grupo planejaram “ações táticas” para viabilizar o golpe, incluindo medidas contra integrantes do Judiciário.
Enquanto aguardam o julgamento, os acusados respondem por crimes como tentativa de ruptura da ordem democrática. O caso é considerado um dos mais graves da história recente do STF e deve atrair grande atenção nos próximos meses.