Rio de Janeiro (RJ) – O ex-jogador e técnico Mario Jorge Lobo Zagallo morreu nesta sexta-feira (5/1). A informação foi divulgada em seu perfil no Instagram. A causa da morte, no entanto, ainda não foi divulgada. Único brasileiro campeão mundial como técnico e como jogador, Zagallo estava aposentado desde 2006, após a Copa do Mundo da Alemanha, e conviveu com inúmeros problemas de saúde. A última internação havia sido em julho do ano passado por causa de uma infecção respiratória.
“Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas. Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa”, diz a nota publicada nas redes sociais.
Ele ficou internado por quase duas semanas, mas recebeu alta às vésperas do seu aniversário de 90 anos. Viúvo desde 2012 de Alcina de Castro, Zagallo deixa quatro filhos: Maria Emilia de Castro Zagallo, Paulo Jorge de Castro Zagallo, Mário César Zagallo, Maria Cristina de Castro Zagallo.
Único tetracampeão do mundo
Zagallo se retirou dos gramados e continuou fazendo história à beira do campo. Comandou a seleção em 1970, no tricampeonato mundial, e, 24 anos depois, como coordenador técnico auxiliou Carlos Alberto Parreira na campanha do tetra. Ali, se tornou o único tetracampeão do mundo: dois títulos como jogador (1958 e 1962) e dois títulos na comissão técnica.
Dois anos após o tetra, Zagallo comandou a seleção nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Recheada de craques, como Ronaldo Fenômeno, Bebeto, Roberto Carlos, Rivaldo e Dida, a equipe viu o sonho do ouro olímpico ruir nas semifinais diante da Nigéria. O Brasil vencia por 3 a 1 a 20 minutos do fim do jogo, mas permitiu o empate. Na prorrogação, Kanu fez o golden gol. O time conquistou o bronze ao golear Portugal.
Viveu o drama da derrota para a França, na final de 1998, após ser criticado por não levar Romário ao Mundial, e se despediu da seleção em 2006, novamente, pelas mãos dos franceses, nas quartas de final, reeditando a parceria de 1994 com Parreira. Ao todo, foram cinco finais em sete Copas do Mundo disputadas, e o reconhecimento da Fifa, que lhe concedeu a Ordem de Mérito, em 1992, a mais alta honraria da entidade.
Zagallo encerrou a carreira com os seguintes números pela seleção brasileira: 135 jogos (99 vitórias, 26 empates e 10 derrotas), como técnico. À frente da seleção olímpica, foram 19 partidas (14 vitórias, três empates e duas derrotas). Como coordenador técnico, Zagallo foram em 72 jogos (39 vitórias, 25 empates e oito derrotas).
Fonte: O Globo