Manaus (AM) – O Concurso Nacional Unificado (CNU) teve suas provas aplicadas no dia 18 de agosto, e o certame segue repercurtindo, porém, não apenas positivamente.
Em documento assinado pela titular do 6º Ofício da Procuradora da República do Amazonas, procuradora da República Renata Santos de Souza, são apontadas 11 supostas irregularidades ocorridas no estado do Amazonas.
Dentre as irregularidades documentadas, é relatado que, segundo candidatos, seria possível a identificação de nome e CPF do candidato na folha do gabarito e na folha de resposta definitiva da prova discursiva, o que comprometeria a impessoalidade do concurso; outro ponto questionado pelos candidatos diz respeito às informações passadas pelos fiscais do concurso, quanto à possibilidade de levar cadernos de provas para casa e “se ausentar da sala sem o acompanhamento de fiscais, sendo livres para ir ao banheiro ou tomar água, e que em nenhum momento havia detectores de metais a fim de evitar possíveis fraudes, ou seja não houve qualquer tipo de fiscalização neste sentido”. Inclusive, na Escola Santo Agostinho, em Lábrea (AM), haveria apenas um fiscal para mais de 300 candidatos.
A procuradora também faz menção à diagramação dos gabaritos e do caderno de provas. Segundo documento, o campo de preenchimento da frase a ser transcrita era discreto, mas o do número de gabarito era escandalosamente mal posicionado. Ele estava numa célula mesclada com o texto de exemplo de como o preencher, o que induziu ao erro tanto inscritos quanto fiscais, que acreditaram se tratar de um campo de exemplo, com “bolinhas” para demonstração, e não de um elemento fundamental a ser preenchido; já no caderno de questões, embora a capa, em uma leitura atenta, mencionasse tanto o número do gabarito quanto a “frase” e coloco frase entre aspas, pois as frases eram compostas por apenas três palavras o que gerou dúvidas nos participantes se de fato aquilo era a frase a ser transcrita , uma parte das pessoas foi levada ao erro, pois as frases eram muito curtas e pareciam apenas títulos; e no caderno de questões, tanto a frase quanto o número de caderno estavam posicionados em uma linha destacada com fundo cinza, o que os fazia parecer apenas um “título” para o que vinha depois e não um elemento relacionado ao texto anterior.
O documento traz, ainda, relatos de que, na Escola Estadual Professor José Bernardino Lindoso, em Manaus, um dos pacotes de provas teria chegado na sala com o lacre “acidentalmente” rompido; o fato teria sido registrado em ata, e a prova teria sido “aplicada normalmente”; e um denúncia de que a prova discursiva do CNU teria sido vazada: “os fiscais trouxeram as provas sem lacre e procederam as entregas desse modo. Assim, colegas retiraram várias fotos rapidamente das provas discursivas e enviaram para grupos de Whatsapp”, diz trecho de denúncia feita por um representante.
A Procuradora aponta que, diante dos fatos relatados anteriormente, considerando que estão relacionados à área temática da 1ª CCR – Concurso Público, determina que seja o expediente encaminhado ao Colégio de Ouvidores Judiciais (Conud), para autuar, registrar e distribuir a NF entre os ofícios vinculados ao NCC, segundo critério da Resolução 01/2020 da PR/AM.
Fonte: Direção Concursos/ Metrópoles