Manaus (AM) – Enquanto o Rio Negro apresenta sinais de recuperação em Manaus, com o nível subindo 8 cm por dia e atingindo a marca de 22,17 metros nesta quinta-feira (30), outras regiões da Amazônia enfrentam um processo intenso de vazante. O 4º Boletim Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB) aponta que a cota atual em Manaus está dentro da normalidade para o período, marcando uma recuperação após a seca histórica de 2024. As bacias dos rios Amazonas e Madeira também seguem em níveis considerados normais.
No entanto, a situação é diferente em municípios como São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, onde o Rio Negro está em vazante, com uma redução diária de 9 cm no nível das águas. Em Santa Isabel do Rio Negro, a 630 quilômetros a noroeste de Manaus, a comunidade de Tapuruquara registra uma queda ainda mais acentuada, com o nível do rio baixando 20 cm por dia.
Andre Martinelli, pesquisador e gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, chama a atenção para a forte descida observada em Tabatinga, no Alto Solimões. “Apesar da intensidade, essa redução ainda está dentro do esperado para a época”, explica. Ele ressalta que a Bacia do Rio Amazonas, devido à sua extensão territorial, apresenta comportamentos hidrológicos distintos em diferentes sub-bacias. “Enquanto uma região pode estar em processo de subida, outra pode estar em vazante, refletindo a variabilidade climática em uma área tão vasta”, completa.
Apesar da normalidade na maior parte da bacia, algumas áreas ainda enfrentam situações atípicas. No alto da Bacia do Rio Purus, por exemplo, o nível em Rio Branco (AC) está em 5,81 metros, abaixo do esperado. Já em Boa Vista (RR), o Rio Branco registra apenas 40 cm, também fora da normalidade para o período.
Com a maior parte da bacia retomando níveis regulares, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) decidiu encerrar as atividades da Sala de Crise da Região Norte, que realizou 19 reuniões desde 2024 para monitorar os impactos da seca.
O SGB continuará publicando semanalmente os boletins hidrológicos na plataforma SACE, mantendo o monitoramento por meio de estações telemétricas e convencionais da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN).