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No Amazonas, seca é antecipada e já atinge mais de 287 mil pessoas

Número de focos de incêndio no estado teve aumento de 30% em relação ao ano passado, segundo o Inpe

Manaus (AM) – A estiagem no Amazonas continua a trazer sérios desafios, com impactos crescentes tanto na população quanto no meio ambiente. Segundo o último boletim divulgado pelo governo do estado, 20 municípios estão em situação de emergência, afetando aproximadamente 287,7 mil pessoas –ou 71,9 mil famílias.

Como parte das medidas de enfrentamento, o governo já enviou 496 toneladas de alimentos e 200 toneladas de medicamentos e insumos para as regiões mais afetadas. Além disso, 15 cilindros de oxigênio foram destinados ao hospital de Canutama, e 24 purificadores de água foram instalados, com 10 deles na calha do Alto Solimões, visando melhorar o acesso à água potável.

Paralelamente à crise de seca, o Amazonas enfrenta um aumento preocupante no número de queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 7.130 focos de incêndio o último sábado (24/8), um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No domingo (25/8), toda a Amazônia Legal contabilizava 1.894 focos de incêndio ativos. O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas combateu mais de 10,1 mil focos de incêndio desde junho, com 761 ocorrendo na capital e 9,4 mil no interior do estado.

Além dos esforços para combater os incêndios, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já embargou 305 áreas, totalizando 16.659,83 hectares, e aplicou multas no valor de R$ 83,9 mil.

Dados do Serviço Geológico do Brasil indicam que os níveis dos rios na região continuam a cair, complicando ainda mais a situação. O rio Negro, por exemplo, registrou uma descida diária de 20 cm em Manaus, colocando o nível atual 1,60 m abaixo do intervalo de normalidade para o período. Situação similar é observada em outros rios, como o Solimões, que em Tabatinga chegou a igualar a vazante de 2005, com uma cota de apenas 2 cm no dia 18 de agosto.

A bacia do rio Madeira também sofre com descidas significativas. Em Porto Velho, o nível do rio caiu em média 10 cm por dia, enquanto em Humaitá, após um breve aumento, o nível voltou a cair. As variações diárias acentuadas nos níveis de água em várias bacias do estado reforçam a gravidade da situação.

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