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Omar Aziz alerta para colapso na distribuição de energia em Manaus

Amazonas Energia, que abastece a capital, está no centro de um empasse envolvendo MP que viabiliza venda para a Âmbar Energia

Brasília (DF) – O senador Omar Aziz (PSD/AM) afirmou que a cidade de Manaus pode ter um colapso na energia elétrica devido a problemas de distribuição. Ele classificou o sistema da capital amazonense como obsoleto e criticou a falta de extensão da rede e baixo investimento em melhorias.

“E hoje eu faço essa cobrança aqui ao Ministério das Minas e Energias, ao ministro Alexandre Silveira, em relação ao que está acontecendo na nossa cidade. Eu não estou falando em geração, nós municípios que são geradores independentes, mas na cidade de Manaus o colapso está para acontecer”, cobrou.

Segundo Aziz, a falta de energia se dá sem explicação e que investimentos previstos não ocorreram. Ele afirma que tanto o MME quanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estão passivos em relação ao problema e pede providências urgentes.

Histórico de problemas com a distribuição

A cidade de Manaus é abastecida pela Amazonas Energia, empresa que está no centro de um impasse relacionado à venda pela Eletrobras em 2018, e com um longo histórico de problemas financeiros e operacionais.

Em junho, o governo editou a medida provisória 1232/2024, que viabiliza a transferência. A MP foi publicada na mesma semana em que a Âmbar Energia, do grupo J&F, fechou acordo para compra do parque de térmicas a gás natural da Eletrobras, num total de 1,8 GW de capacidade instalada. 

A edição da MP gerou reação da oposição, que se mobilizou para tentar abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar se houve beneficiamento do grupo J&F.

Pelos termos da operação, os riscos de inadimplência da Amazonas Energia, que compra parte da energia do portfólio, serão assumidos pela Âmbar. A depender de um acordo com a distribuidora, as térmicas poderão ter seus contratos de comercialização prorrogados até 2030.

Silveira nega favorecimento

O ministro Alexandre Silveira disse que o ministério não participou de negociações entre a Amazonas Energia e a Âmbar, e que o conteúdo da MP vem sendo discutido há mais de um ano.

“A Eletrobras, infelizmente, é uma empresa privada hoje. A única coisa que nós tivemos conhecimento durante esse processo é de que tinham quatro ou cinco grupos disputando não só a questão da térmica, mas também na distribuidora”.

Silveira diz esperar que um sucessor da Amazonas Energia assuma o serviço, pois as outras duas alternativas seriam a intervenção ou a caducidade.

“Primeiro, é importante esclarecer que nunca houve caducidade no Brasil. Ninguém nunca sabe as consequências da caducidade. Segundo, intervenção é o governo nomear uma pessoa para poder cuidar do serviço, ter que remontar, algo que é altamente sensível, complexo e tem custo para o povo brasileiro. Em torno de R$ 4 bilhões teriam que ser desembolsados”, disse Silveira.

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