Operação Ágata gera prejuízo de R$ 225 milhões ao crime organizado na região Amazônica

Entre os destaques, uma das maiores apreensões ocorreu nas margens do rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, onde militares localizaram 868 kg de maconha escondidos em área de mata fechada.

Manaus (AM) – O Comando Conjunto Apoena divulgou, nesta terça-feira (3/6), o balanço final da Operação Ágata Amazônia 2025, cujas ações causaram um impacto expressivo contra o crime organizado na região, além de alcançar comunidades isoladas com ações sociais e de assistência médica. As ações de combate aos crimes transfronteiriços e ambientais, como narcotráfico e extração ilegal de minérios, geraram prejuízo estimado em R$ 225 milhões aos criminosos.

No período entre março e junho, a atuação integrada entre Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira, sob coordenação do Ministério da Defesa, e em conjunto com agências governamentais e órgãos de segurança e fiscalização, resultou na neutralização de 34 dragas de garimpo ilegal, prisão de 13 pessoas, apreensão de 20 embarcações e na retirada de circulação de quase uma tonelada de maconha do tipo skunk, além de 184 kg de cocaína.

Entre os destaques, uma das maiores apreensões ocorreu nas margens do rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira, onde militares localizaram 868 kg de maconha escondidos em área de mata fechada. A droga estava pronta para ser transportada para Manaus após o encerramento da operação. O local também possuía estrutura tecnológica, como antena de internet por satélite, indicando o grau de organização dos criminosos.

Uma significativa apreensão de drogas também ocorreu no Porto de Benjamin Constant, área de amortecimento da Terra Indígena Vale do Javari, onde as tropas localizaram entorpecentes escondidos sob o assoalho da embarcação, exigindo a retirada parcial da estrutura para acesso ao material ilícito. A ação, realizada em conjunto com a Polícia Militar, resultou na apreensão de 226 kg de drogas.

“Os nossos meios, em conjunto com as agências, se posicionaram bem mais próximo da fronteira e nós conseguimos um resultado efetivo contra a criminalidade. Sabemos que os rios penetrantes na região amazônica, como o Puruê e o Japurá, tem uma atividade intensa de ilícitos, e conseguimos levantar importantes dados para futuras operações. As agências parceiras receberam esse detalhamento para planejar suas ações singulares, e as Forças Armadas continuarão atuando no patrulhamento e presença na fronteira, para coibir esses crimes e contribuir com a nossa soberania”, destacou o Vice-Almirante João Alberto de Araújo Lampert, Comandante do Comando Conjunto Apoena.

Também merece destaque a Operação Espelhada, realizada de forma coordenada com as Forças Armadas da Colômbia ao longo da fronteira, intensificando a presença do Estado em regiões remotas e fortalecendo a cooperação bilateral no combate a ilícitos transnacionais. Na ação, 8 dragas foram neutralizadas no lado colombiano.

Além da repressão aos crimes, a Operação Ágata 2025 desempenhou um papel fundamental na assistência humanitária às populações indígenas e ribeirinhas da região. As ações alcançaram 76 localidades isoladas, totalizando mais de 52 mil procedimentos de saúde realizados, 134 mil medicamentos distribuídos e 7,7 mil kits odontológicos entregues. Destaque para o resgate aeromédico de seis pacientes em estado grave na Terra Indígena Vale do Javari, incluindo uma criança com crises convulsivas e um idoso necessitando de cirurgia.

Para cumprir a missão, a Operação Ágata Amazônia 2025 mobilizou um grande efetivo logístico e humano: mais de 2 mil militares, 81 embarcações, 18 viaturas, 11 aeronaves e 2 meios satelitais foram empregados em uma área de 510 mil km², equivalente ao território da Espanha.

Também integraram a operação 64 agentes dos seguintes órgãos: Polícia Federal (PF), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), Polícia Civil (PC-AM) e Polícia Militar do Estado do Amazonas (PM-AM). A integração desses órgãos permitiu uma cobertura abrangente e coordenada, enfrentando com eficiência e efetividade os desafios impostos pela vastidão e complexidade da Amazônia.

Operação Ágata Amazônia 2025 – O Comando Conjunto APOENA se consolidou como uma ação estratégica do Ministério da Defesa, autorizada por meio da portaria GM-MD n.º 535, de 29 de janeiro de 2025, para fortalecer a presença do Estado na Amazônia e colaborar no combate aos crimes transfronteiriços e ambientais, além de levar cidadania às populações indígenas e ribeirinhas com as ACISO e ASSHOP.

A Operação Ágata Amazônia 2025 demonstra o compromisso inabalável das Forças Armadas com a proteção da Amazônia e do meio ambiente. Curiosidade – O nome “Apoena”, que dá título ao Comando Conjunto da operação, vem do Tupi-Guarani e significa “aquele que vê mais longe” ou “aquele que enxerga além do horizonte”, simboliza a visão estratégica da atuação na Amazônia e o compromisso com a preservação para as gerações futuras.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *