Manaus (AM) – Camila Barroso, presa na última quarta-feira (29), obrigava Geovana Costa Martins, de 20 anos, realizar programas sexuais sob ameaça, segundo informações da Polícia Civil. As motivações do crime continuam sendo investigadas.
A adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Marília Campello, esclareceu que a casa de Camila, onde a vítima também residia, funcionava como uma casa de massagens e exploração sexual. A prisão de Camila foi solicitada com urgência, especialmente porque ela havia planejado uma viagem para a Europa.
Inicialmente, Geovana foi contratada para cuidar de crianças, mas acabou sendo submetida a coerção e proibições rigorosas. Camila forçou Geovana a realizar programas sexuais e a não manter contato com outras pessoas, alegando que a jovem tinha dívidas com ela.
Na quarta-feira (28), Camila foi detida e tentou incriminar o ex-namorado de Geovana. No entanto, investigações revelaram que o ex-namorado não teve envolvimento no crime. Apesar das negações de Camila, o carro utilizado para transportar o corpo de Geovana está em sua posse e será submetido a perícia.
Camila, que tem familiares na França e possuía uma passagem marcada para lá, já foi presa anteriormente por tráfico de drogas e se apresentava como ex-esposa de um traficante. As investigações sugerem que Camila poderia ter planejado usar Geovana para atividades relacionadas ao tráfico de drogas.
Imagens de Geovana espancada, que circularam nas redes sociais, foram tiradas na residência de Camila. A polícia também descobriu que Camila acompanhou a mãe de Geovana à delegacia para registrar o boletim de ocorrência e participou do velório, alegando ser uma “segunda mãe” para a vítima.
A DEHS também está investigando a participação de Eduardo Gomes da Silva, suposto filho da proprietária da casa usada para exploração sexual. A polícia solicita informações sobre Eduardo pelo telefone (92) 98118-9535 ou pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). A identidade dos informantes será preservada.
Geovana Costa Martins, desaparecida em 19 de agosto, foi encontrada morta no dia seguinte em uma área de mata no bairro Tarumã-Açú. Seu corpo foi identificado em 26 de agosto no Instituto Médico Legal (IML), com marcas de tortura e coberto por uma folha. Ela vestia uma blusa preta, uma camisa azul e uma bermuda jeans.